Mercado financeiro: saiba como investir com segurança em 2026




Apesar do bom desempenho financeiro de 2025, os investidores devem ficar atentos ao mercado no ano que se inicia para manter uma carteira de ativos sólida e segura. O ano de 2025 surpreendeu a média das expectativas após um grande pessimismo no início do ano e um cenário internacional bastante conturbado no primeiro quadrimestre, principalmente devido às tarifas dos Estados Unidos, mas que o cenário se normalizou e a economia brasileira conseguiu expandir, com perspectiva de crescimento do PIB em 2% neste ano.

A inflação também surpreendeu o mercado neste período. Tínhamos, já em janeiro, uma expectativa de inflação em 4,49%, ou seja, dentro do teto da meta, o que em tese permitiria o Banco Central iniciar reduções nas taxas de juros. Isso acabou não ocorrendo, mas a taxa pré-fixada de médio prazo recuou de próximo de 15,50% para cerca de 13%, o que fez os ativos financeiros apreciarem em 2025.

Como exemplo, ele cita o Ibovespa que, até 15 de dezembro, subia 35% no acumulado do ano. Já os títulos públicos pré-fixados subiam 17,8% até o final de novembro. Outra classe de ativo que se valorizou nesse ano foi a de fundos imobiliários - até o início de dezembro, o IFIX registrava uma elevação de 17,5% no acumulado de 2025. Vale lembrar que o dólar recuou em relação ao real, mas ficou dentro do nosso cenário, que esperava uma queda para R$ 5,47. A alta do final de 2025 parecia mesmo exagerada.

Para 2026 o cenário é de cautela, principalmente devido às eleições presidenciais de outubro, o que pode aumentar a desconfiança do mercado, bem como as instabilidades geopolíticas globais, que devem refletir de alguma maneira na economia brasileira. Esperamos um ano com menos otimismo, sobretudo porque costumamos ver um ápice de volatilidade alguns meses antes da eleição do primeiro turno. Além disso, devido ao fato de o governo estar com uma política expansionista e a taxa do desemprego estar na mínima histórica, prevemos que o índice IPCA possa voltar a subir para cima do teto da meta, impedindo, assim, que a taxa SELIC recue de forma relevante.

Por outro lado, o especialista ressalta que o cenário também não é totalmente negativo para 2026 e a principal dica é prudência nos investimentos. Vimos um mar tranquilidade até novembro, com a volatilidade do mercado apresentando recordes de mínimas e o Ibovespa batendo recorde atrás de recorde.

O investidor não pode se deixar levar pela euforia do momento. É preciso manter a estratégia. Assim como no ano passado, em que o medo do final do ano não deveria fazer o investidor ficar mais conservador com seus investimentos, neste final de ano o investidor deve cuidar para não aumentar o risco do seu portfólio.



Fonte: Raphael Cordeiro - diretor de investimentos da Zelen Family Office.