A decisão do Banco Central de manter a taxa Selic em 15% reforça um cenário de juros altos e inflação persistente, o que tende a consolidar o perfil mais conservador do investidor brasileiro. Em um ambiente assim, a renda fixa ganha atratividade, mas exige análise cuidadosa: a rentabilidade nominal, aquela que aparece nos extratos, nem sempre representa o ganho real, descontados os efeitos da inflação e da tributação.
O momento pede atenção não apenas à segurança, mas também à diversificação e agilidade na gestão da carteira.
Com a Selic elevada, é natural que o investidor se sinta atraído por papéis mais conservadores, como CDBs, LCIs e LCAs, que oferecem estabilidade e, em alguns casos, isenção de imposto de renda”, explica. Mas é importante lembrar que a rentabilidade apresentada no mercado é nominal, ainda há o efeito da inflação e dos tributos. Nem sempre o ganho aparente reflete um ganho real do poder de compra.
Confira as 3 dicas de como investir com a Selic em 15%:
- Olhar crítico para a renda fixa
Com a taxa básica de juros em patamar de dois dígitos, CDBs, LCIs, LCAs e títulos pré ou pós-fixados voltam a ganhar protagonismo. No entanto, ressalto que, diante de uma inflação anual próxima de 5%, o retorno líquido pode ser menor do que o esperado. Esses papéis são opções seguras e interessantes, mas é preciso entender que, em um cenário inflacionário, a taxa de 15% nem sempre corrige o dinheiro de forma real. O investidor deve avaliar o poder de compra, não apenas a rentabilidade bruta.
- Diversificar a renda é essencial
Mesmo com a atratividade da renda fixa, o especialista reforça que a diversificação é a chave para o equilíbrio de longo prazo. Ao diversificar, o investidor melhora a correlação entre risco e retorno. Ativos digitais como Bitcoin e Ether ajudam a elevar o índice de Sharpe, que mensura retorno versus risco e é um bom indicador de eficiência da carteira, e reduzem a concentração. Diversificar não é abandonar a renda fixa, mas complementá-la com instrumentos que protejam o patrimônio em diferentes cenários.
- Proteção cambial via stablecoins
Outra estratégia recomendada é buscar exposição cambial por meio de stablecoins pareadas ao dólar, como USDT e USDC. Ter parte da carteira vinculada a uma moeda estrangeira é estratégico. As stablecoins oferecem essa possibilidade com agilidade e transparência, já que cada unidade emitida é lastreada por um dólar em reserva. É uma forma de proteger o patrimônio e manter poder de compra em um contexto de volatilidade local.

