A inteligência artificial está democratizando o crédito




O sistema financeiro global está à beira de uma transformação e isso ficou mais claro com os recentes anúncios da OpenAI com a Visa e Mastercard para integração de pagamentos no ChatGPT.

Dessa forma, a inteligência artificial (IA), que já redefine indústrias inteiras, agora está prestes a reescrever as regras do dinheiro. A forma como ganhamos, gastamos, investimos e até confiamos em instituições financeiras será moldada por algoritmos que aprendem, decidem e executam em tempo real.

Durante décadas, o sistema financeiro operou sob estruturas rígidas com bancos centralizados, produtos padronizados e decisões humanas sujeitas a vieses e lentidão. A chegada da IA rompe essa lógica. Com a integração de tecnologias como Open Banking e Embedded Finance, as finanças estão se tornando mais fluidas, personalizadas e automatizadas. No Brasil as carteiras digitais já estão integrando essa realidade com o Google Pay integrado ao Open Finance e Pix via bancos como C6 e Itaú.

A IA não apenas analisa dados, ela os interpreta e antecipa comportamentos. Imagine um sistema que entende seu padrão de consumo, suas metas de longo prazo e até suas emoções em relação ao risco. Em vez de você procurar o melhor cartão, investimento ou seguro, a própria IA recomendará ou até executará a escolha ideal. Essa personalização total cria uma experiência financeira inédita, moldada não por produtos, mas por pessoas. Se há um campo onde a IA já é indispensável, é o da segurança. Algoritmos de aprendizado de máquina conseguem detectar comportamentos suspeitos antes mesmo que o usuário perceba. Transações anômalas, logins fora de padrão ou tentativas de engenharia social passam a ser interceptadas em milissegundos.

A IA, nesse sentido, se torna uma guardiã invisível do dinheiro. A cada nova fraude bloqueada, ela aprende e se aperfeiçoa. O resultado é um sistema capaz de proteger bilhões de transações diárias, reduzindo riscos e fortalecendo a confiança em um ambiente financeiro cada vez mais digitalizado.

Outro pilar dessa revolução é a eficiência. Processos que antes levavam dias, como análise de crédito, aprovação de empréstimos ou verificação de identidade, passam a ocorrer de forma instantânea. A IA processa milhões de variáveis simultaneamente e elimina o peso burocrático que travava o sistema.

Mais do que isso, a inteligência artificial está democratizando o crédito. Ao substituir avaliações baseadas em renda e histórico bancário por modelos comportamentais, ela cria oportunidades para quem antes era invisível ao sistema financeiro. O crédito deixa de ser privilégio e passa a refletir o potencial real de cada indivíduo. Mas o avanço da IA nas finanças traz também uma nova responsabilidade. O dinheiro sempre foi uma questão de confiança e agora essa confiança precisa ser transferida para sistemas autônomos. Como garantir que decisões tomadas por algoritmos sejam éticas e transparentes?

Assim, a principal fronteira do futuro financeiro será criar uma IA que não apenas seja eficiente, mas também justa. A transparência algorítmica, a auditoria de decisões e a governança digital serão os novos pilares de credibilidade. Bancos, fintechs e reguladores precisarão trabalhar juntos para definir limites éticos, assegurando que o avanço tecnológico não comprometa os direitos do consumidor.

Portanto, quando a IA assumir o controle do dinheiro, nada mais será igual. A economia será mais eficiente, as relações financeiras mais humanas e a confiança, paradoxalmente, mais tecnológica. O dinheiro deixará de ser apenas um instrumento de troca e passará a ser um reflexo inteligente das escolhas, valores e propósitos de cada pessoa, você e sua empresa estão prontos para esse futuro cada vez mais presente?


Fonte: Fabiano Nagamatsu - CEO da Osten Moove, empresa que faz parte da Osten Group.