Pesquisa mostra que 44% dos brasileiros não acreditam impactar o oceano




O dado é da pesquisa “Oceano sem Mistérios: A relação dos brasileiros com o mar – Evolução de Cenários (2022–2025)”, realizada pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza em cooperação com a UNESCO, o Maré de Ciência e a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). 

O estudo, que entrevistou 2 mil pessoas, mostra que apenas 30% reconhecem a influência direta de suas atitudes na saúde do oceano, enquanto 23% acreditam que o impacto é indireto e 3% não souberam responder.

O desconhecimento da sociedade reforça a urgência de ampliar a sensibilização e o engajamento das pessoas sobre o oceano, um dos temas que devem ganhar destaque na COP30, em novembro de 2025, em Belém. A conferência deve destacar o papel dos ecossistemas marinhos e costeiros na adaptação climática, nas Soluções Baseadas na Natureza e na segurança hídrica e alimentar.

O debate acontece em um momento em que o Brasil reforça sua atuação internacional. Em 30 de setembro, o Senado Federal ratificou o Tratado sobre a Conservação e Uso Sustentável da Diversidade Biológica Marinha em Áreas Além da Jurisdição Nacional (BBNJ), conhecido como “Tratado do Alto-Mar”. Com previsão de entrada em vigor global em 2026, o acordo é um marco na proteção dos ecossistemas oceânicos, estabelecendo novas regras para conservação, gestão sustentável e exploração responsável dos recursos.

Firmado sob a coordenação das Nações Unidas e com a adesão de mais de 70 países, o tratado traz entre seus objetivos a conservação e o uso sustentável da biodiversidade marinha em áreas além da jurisdição nacional, além de promover a repartição justa dos benefícios provenientes dos recursos genéticos marinhos.

O Brasil, com seus mais de 8.500 km de litoral e uma vasta Zona Econômica Exclusiva (ZEE) - área marinha de 3,6 milhões km² sob sua soberania -, desempenha papel estratégico nessa agenda. A chamada "Amazônia Azul" concentra uma rica biodiversidade, essencial para a economia, a regulação do clima e a segurança alimentar de milhões de pessoas em mais de 400 municípios costeiros.


Fonte: Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza