Mercado imobiliário abraça os pets com espaços exclusivos




A força do setor pet, que faturou R$ 75,4 bilhões no Brasil em 2024, está redesenhando o mercado imobiliário. No estudo Tendências de Moradia 2024, realizado pelo DataZAP, o Espaço Pet é considerado essencial por 31% dos entrevistados, ocupando o quarto lugar entre os itens que mais despertam interesse dos potenciais compradores de imóveis no Brasil.

Com a mudança no perfil das famílias brasileiras – em que a quantidade de filhos diminui e o número de animais de estimação por domicílio chega a 2,3 – segundo levantamento realizado pelo Instituto Quaest em 2024, o setor de incorporações e a gestão condominial identificaram nos pets um agente decisivo para valorização de empreendimentos e fidelização de moradores.

A prova dessa tendência é que, enquanto 24% dos condomínios no país abrigam tutores de animais, menos de 1% das edificações possuem áreas de lazer específicas para pets, revelando uma enorme oportunidade de mercado. O levantamento da uCondo, empresa especializada em gestão condominial, evidencia essa lacuna e o potencial de crescimento.

A inclusão de espaços pet-friendly em empreendimentos residenciais deixou de ser um luxo e tornou-se um atributo competitivo. Espécies de "pet squares", parques com equipamentos, espaços de grooming (locais que oferecem serviços de estética e higiene para animais de estimação) são cada vez mais comuns em lançamentos de alto padrão e começam a se popularizar em outras faixas de mercado, refletindo a força econômica e social do segmento pet.

- Pet-friendly como diferencial:

Diante desse cenário, empreendimentos que oferecem infraestrutura pet saem na frente. Um exemplo é o lançamento da Construtora Rottas, o Itajuba Casamar, em Barra Velha (SC), que foi concebido com um amplo "pet square", medindo 68 metros quadrados, equipado com rampa, túnel, bebedouro e bancos.

Em Curitiba, onde a construtora também desenvolve novos empreendimentos, o condomínio Meo Hauer também tem área grande para animais de estimação. O Pet Place ocupa aproximadamente 100 metros quadrados e contém minirrampa, túnel, pneus para salto, morrote com túnel, bebedouro, lixeira e bancos.

A iniciativa vai ao encontro da demanda por ambientes que integrem o animal à vida familiar e social, um fator que pesa cada vez mais na decisão de compra de um imóvel. Assim, os novos condomínios abrem as portas para os animais, entendendo que o pet é um membro da família que também precisa de espaços de convivência e socialização.

- Pet e seu impacto no lar:

De acordo com o Instituto Quaest, o Brasil é o terceiro país no mundo em população de animais de estimação, com uma estimativa de 150 a 160 milhões de pets.

Esta realidade demográfica, somada ao fato de que os pets trazem benefícios psicossociais comprovados para a saúde mental de seus tutores, transformou a forma como as pessoas escolhem seu lugar de viver.

Segundo o mesmo estudo, entre 2002 e 2018, o número de famílias que declararam despesas com animais de estimação quase triplicou, de 11,72% para 30,27%.

Esse dado econômico reflete uma mudança cultural profunda que o setor imobiliário não pode ignorar. O pet é um direcional de valor e um critério essencial no desenvolvimento de novos produtos.



Fonte: Felipe Toledo - diretor Comercial e Marketing da Rottas.