O dado evidencia o tamanho do desafio para o setor privado diante da transição para o modelo de Imposto sobre Valor Adicionado (IVA Dual), que cria a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). O período de transição da reforma tributária no Brasil já inicia em 2026, indo até 2033.
O resultado do levantamento mostra que o impacto da reforma vai muito além da esfera fiscal. A reforma não se resume à substituição de tributos. Ela exige uma revisão completa da estrutura contábil, dos controles internos e dos sistemas das empresas. A baixa taxa de adaptação reforça a necessidade de um movimento urgente de diagnóstico e adequação.
Com a substituição de tributos como PIS, COFINS, ICMS, ISS e IPI, as companhias terão de revisar critérios de reconhecimento contábil de receitas, ajustar provisões tributárias, atualizar sistemas de ERP e fortalecer controles internos. O período de transição, no qual os regimes antigo e novo conviverão, também aumenta a complexidade operacional e o risco de inconsistências.
Outro ponto crítico é a rastreabilidade das informações fiscais. O modelo de IVA dependerá fortemente da consistência de dados entre as áreas de compras, vendas e contabilidade, exigindo processos integrados e auditorias automatizadas. O dado da Thomson Reuters é um sinal de alerta: as empresas que ainda não iniciaram sua adaptação precisam agir rapidamente. O prazo é curto, mas ainda há tempo para se preparar com segurança e eficiência.
Mais do que uma alteração tributária, a reforma representa uma mudança de paradigma na governança e no planejamento fiscal das organizações. As empresas que encararem o processo de forma estratégica tendem a se destacar em um ambiente econômico mais moderno, competitivo e transparente.

Fonte: Felipe Martins - Sócio da ABAX Consultoria e Especialista em planejamento tributário.
