Turismo Regenerativo é uma estratégia integrada para restaurar ecossistemas




O turismo regenerativo é uma abordagem estratégica que visa restaurar ecossistemas e fortalecer comunidades, garantindo que cada visita gere benefícios ambientais, sociais e econômicos mensuráveis. Diferente do turismo sustentável, não se limita a reduzir impactos negativos, mas promove ações concretas de melhoria.

O planejamento inclui diagnóstico ambiental prévio da área de atuação, com indicadores como cobertura vegetal nativa (%), qualidade da água (pH, turbidez), presença de espécies-chave e estado do solo (teor de matéria orgânica). Esses dados servem de linha de base para medir os resultados do projeto.

As atividades oferecidas ao visitante são integradas ao plano de restauração, como plantio de espécies nativas, manutenção de trilhas ecológicas, recuperação de nascentes, manejo de fauna e remoção de espécies invasoras. Cada ação é registrada e monitorada.

O impacto ambiental é avaliado por métricas como número de mudas plantadas e com sobrevivência após 12 meses, metros de mata ciliar restaurados, área total recuperada (em m² ou ha) e número de espécies nativas reintroduzidas.

No aspecto social, o turismo regenerativo prioriza a participação ativa das comunidades locais. Indicadores incluem número de empregos gerados, aumento da renda média familiar, quantidade de produtos e serviços adquiridos localmente e participação em capacitações.

A gestão do projeto adota governança colaborativa, com conselhos consultivos formados por representantes da comunidade, operadores turísticos, pesquisadores e poder público. Isso garante alinhamento entre conservação, uso responsável e retorno econômico.

A comunicação com o visitante é orientada para a educação ambiental. Métricas de engajamento incluem número de participantes em oficinas, avaliações de aprendizado, feedback pós-experiência e percentual de visitantes que retornam para novas ações de regeneração.

Tecnologias de monitoramento, como drones, sensores de solo e aplicativos de registro georreferenciado, permitem acompanhar a evolução das áreas e oferecer transparência, publicando relatórios anuais de progresso com comparações entre linha de base e resultados.

O modelo financeiro prevê diversificação de receitas: ingressos, doações, parcerias com empresas de impacto, venda de créditos de carbono e produtos da sociobiodiversidade. Indicadores econômicos incluem taxa de autossuficiência financeira e reinvestimento no território.

Ao integrar ciência, cultura e experiência prática, o turismo regenerativo se consolida como ferramenta de mitigação das mudanças climáticas, valorização cultural e fortalecimento econômico local, transformando o ato de viajar em uma ação de regeneração ambiental e social duradoura.


Fonte: Carmen Olivieri - jornalista, publicitária e com pós-graduação em Gerenciamento Ambiental pela Esalq/USP e cursando MBA em Reatauração Ecológica e Licenciamento Ambiental pela Ufscar.