O que muda para brasileiros pagos em moeda estrangeira




A recente decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma taxa de 50% sobre todos os produtos brasileiros promete efeitos que vão muito além das exportações. O aumento das tensões comerciais deve mexer com o dólar, afetando brasileiros que vivem, trabalham ou viajam para o exterior, além de empresas com operações globais.

Essa possível instabilidade é especialmente relevante porque o dólar segue no centro do sistema financeiro internacional: está presente em cerca de 90% das transações cambiais, participa de quase metade do comércio global de mercadorias e representa aproximadamente 60% das reservas internacionais dos governos, segundo o FMI (Fundo Monetário Internacional).

Em um cenário assim, proteger o poder de compra e manter a eficiência nas transações internacionais se torna ainda mais urgente, especialmente para um grupo que cresce a passos largos: os brasileiros que atuam para empresas no exterior sem sair do país.

Com a digitalização do trabalho e o avanço do modelo remoto, o Brasil já se consolidou como a quinta nação com o maior número de trabalhadores contratados por empresas internacionais, segundo o Relatório Global de Contratações Internacionais 2024, da Deel, um crescimento de 53% em relação ao ano anterior. A força de trabalho qualificada, aliada à valorização de moedas como o dólar e o euro, torna o país ainda mais atrativo para empregadores estrangeiros.

Mas, junto com as oportunidades, surgem desafios. Alerto que a volatilidade cambial e as diferenças culturais podem pegar muitos profissionais de surpresa:

Ao decidir trabalhar para o exterior, o profissional precisa estar atento não só às oscilações do câmbio, mas também às mudanças na mentalidade corporativa. São diversas as distinções na forma de encarar o trabalho, e isso impacta diretamente o dia a dia.


Fonte: Eduardo Garay - CEO da TechFX