Agosto: mês estratégico para empreender no Brasil




Apesar da percepção popular de que agosto é um mês “longo” e de difícil atravessamento, os dados de abertura de empresas indicam o contrário: para empreendedores, ele tem sido um momento de aceleração.

Levantamento feito pela Agilize Contabilidade, com base no Mapa de Empresas do Governo Federal, mostra que, nos últimos quatro anos, agosto superou janeiro em número de novas empresas abertas em três deles — 2021 (+18,0%), 2022 (+24,5%) e 2023 (+21,9%) — mantendo volumes praticamente iguais apenas em 2024. O desempenho acompanha um cenário de maior formalização e proximidade de datas comerciais relevantes.

De acordo com os números, a variação entre janeiro e agosto foi positiva nos três últimos anos analisados: em 2021, o crescimento foi de 22% (de 94.910 para 112.031 empresas abertas); em 2022, de 24,5% (de 84.815 para 105.618); e em 2023, de 23,8% (de 85.247 para 105.518).

O que esses percentuais mostram é que existe um movimento consistente de expansão no segundo semestre, e agosto se apresenta como um ponto de virada para muitos empreendedores que decidiram sair do planejamento para a execução.

Em 2024, os volumes ficaram praticamente iguais — 91.609 em janeiro e 91.507 em agosto —, mas com um dado relevante: o tempo médio para formalização caiu de 19 horas em janeiro para 17 horas em agosto, redução de aproximadamente 10,5%. Na comparação com agosto de 2023, quando o processo durava 29 horas, a queda foi de 41,4%.

A análise também incluiu os dados parciais de 2025, que registraram 118.795 empresas abertas em janeiro. Entre fevereiro e julho, o número mensal manteve-se acima de 95 mil e chegou a 111.412 em julho, sinalizando que o comportamento de alta deve se repetir.

Se a tendência observada nos últimos anos se confirmar, agosto de 2025 tem potencial para superar janeiro em pelo menos 20%, mantendo o padrão de crescimento e reforçando o mês como estratégico para novos empreendimentos.

Esse padrão se explica por uma combinação de fatores: maior proximidade de datas comerciais como Black Friday e Natal, possibilidade de ajustes operacionais antes do fim do ano e clima de recomeço culturalmente associado ao período. É um momento que combina o impulso do segundo semestre com tempo hábil para planejar o próximo ano fiscal.


Fonte: Rafael Caribé - CEO da Agilize Contabilidade.