Eficiência, produtividade e inovação. É isso que a Inteligência Artificial promete e tem se tornado cada vez mais real. Mas, diante da explosão de modelos generativos, infraestruturas computacionais em larga escala e demandas crescentes por dados e energia limpa, a pergunta que não quer calar é: a IA é realmente sustentável? E por quanto tempo conseguiremos mantê-la assim?
Seja em setores como economia, comunicações, saúde, varejo ou indústria, a IA saiu dos laboratórios e assumiu o protagonismo. Quando o assunto é sustentabilidade, precisamos ressaltar que, na IA, ela não diz respeito apenas ao meio ambiente. Ela vai muito mais no sentido de que devemos, cada vez mais, considerar seus impactos sociais e éticos.
Nesse sentido, o uso intensivo de dados, muitas vezes coletados sem total consentimento ou compreensão dos usuários, levanta questões sobre privacidade e governança, itens cada vez mais relevantes e de alto impacto para as empresas. Outro ponto de atenção é que a automação de processos e decisões pode gerar exclusões, vieses replicados em larga escala e desigualdades ampliadas.
É preciso lembrar também que a IA é oferecida à nós como ferramenta de eficiência energética, com soluções para logística, agricultura, mobilidade, gestão urbana e tantos outros setores essenciais. Mas o fato é que quanto mais eficiente ela se torna, mais dependentes ficamos dela. E se ficamos dependentes, acabamos por acelerar o consumo de recursos e as necessidades por novas versões, mais potentes e exigentes. Temos aqui um verdadeiro paradoxo!
A resposta para questões tão complexas não pode, evidentemente, ser simples. E parar (ou tentar barrar) o desenvolvimento da IA, não irá ajudar em nada. Precisamos, na verdade, estabelecer quais são as balizas de sustentabilidade que considerem o ciclo completo da tecnologia, passando pela mineração de dados aos impactos sociais, do consumo energético ao descarte de equipamentos. Somente assim chegaremos à algum ponto de equilíbrio.
Por fim, é fato que a corrida por inteligência artificial está só começando, mas será que o planeta e a sociedade conseguem acompanhar sua velocidade sem esbarrar em problemas éticos?
Fonte: Bruno Padredi - Fundador da B2B Match, com mais de duas décadas de atuação no mercado de eventos corporativos.