Pix Automático exige nova postura de cibersegurança




Consagrado como um dos principais meios de pagamento no Brasil, o Pix ganhou novas usabilidades. A mais recente é o Pix Automático, uma modalidade para quitação de contas recorrentes, como energia, água, mensalidades escolares, taxas de condomínio e assinaturas. Ferramentas como essas trazem consigo novos desafios para a segurança dos dados e das transações realizadas, que precisam mobilizar tanto empresas quanto autoridades e usuários.

Tamanho volume de dinheiro e dados pessoais envolvidos nas operações com Pix tornam o sistema um alvo cobiçado por criminosos, tanto por meio de ciberataques quanto a partir de táticas que visam enganar o usuário.

Desde o começo de março o Banco Central vem implementando uma série de mudanças que visam dar mais segurança às operações feitas pelo sistema de pagamentos instantâneos. No entanto, a experiência mostra que grupos criminosos sempre conseguem encontrar brechas novas, já que cada nova usabilidade traz consigo não apenas um novo recurso à disposição dos usuários, mas também abre uma nova porta para possíveis golpes e ataques.

Tecnologia como aliada contra fraudes:

Para garantir a confiança dos usuários e a integridade das transações via Pix, o especialista ressalta que as instituições financeiras precisarão investir em tecnologias que ofereçam visibilidade em tempo real, controle de acesso rigoroso e capacidade de resposta rápida a qualquer tipo de anomalia.

O uso estratégico de tecnologias para monitoramento de ambientes críticos, gestão de acessos privilegiados e automação de processos de TI já trouxe resultados significativos para o setor financeiro. De acordo com levantamento da ManageEngine, o monitoramento contínuo e ferramentas de detecção de anomalias podem reduzir transações fraudulentas em até 40%. Ao mesmo tempo, tecnologias de controle de acesso privado são capazes de diminuir em 50% as violações de dados financeiros.

Em relação à gestão de serviços, o especialista ainda ressalta que é possível um ganho da ordem de 40% no processamento de transações a partir de ferramentas que otimizam a gerência de infraestrutura e a resposta a incidentes, e uma melhora de até 30% na disponibilidade de serviços com o uso de recursos para identificação e resolução de falhas na infraestrutura.

O Pix automático é um sinal claro que a transformação digital precisa ser acompanhada de estratégias robustas de cibersegurança e governança de TI. As instituições que estiverem preparadas com visibilidade operacional e processos automatizados estarão melhor posicionadas para liderar essa nova fase da inovação no sistema financeiro brasileiro.

Histórico:

Em operação desde novembro de 2020, o Pix revolucionou o sistema financeiro brasileiro e reforçou a visão do país como um local de inovação em meios de pagamentos. Dados do Banco Central apontam que, no fim de maio, o Pix acumulava 175,47 milhões de usuários, entre pessoas físicas e jurídicas. Ainda de acordo com a autoridade monetária brasileira, só no mês de abril o sistema superou a marca de R$ 2,677 trilhões movimentados.


Fonte: Tonimar Dal Aba - gerente Técnico da ManageEngine, divisão da Zoho Corporation.