A aquisição da casa própria está no topo dos desejos dos brasileiros. Segundo pesquisa da Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2024, 38,8% das pessoas no Brasil almejam esse objetivo. No entanto, nem todos se preparam para realizá-lo.
Pesquisa da fintech Noh junto a 2 mil usuários de conta conjunta digital revela que casa própria, viagem e estudos figuram como os três principais sonhos dos casais. Apesar disso, apenas 18,3% deles já investem para a realização, enquanto 54% ainda se encontram na fase de cortar gastos ou quitar dívidas para conseguir poupar dinheiro.
Outro estudo, do Grupo OLX, realizado com homens e mulheres em vias de se casar ou recém-casados, corrobora a força do ditado popular “quem casa quer casa”. Do total de respondentes, 85% concordam com a afirmação.
Para a realização do sonho da casa própria, o mercado oferece diferentes possibilidades: compra direta de imóveis na planta com construtoras, aquisição do bem construído com proprietário ou imobiliária, consórcios e leilões de imóveis em São Paulo e outras cidades do país. Conhecer as possibilidades é o primeiro passo para iniciar o planejamento financeiro.
Planejamento orçamentário como primeiro passo:
A planejadora financeira da plataforma SuperRico, Clay Gonçalves, recomenda que casais avaliem se o pagamento do imóvel será à vista ou via financiamento. “No caso de pagamento à vista, é importante trabalhar uma carteira de investimentos diversificada para atingir o objetivo com maior eficiência”, orienta em entrevista à Bolsa de Valores (B3).
Para financiamentos, os custos adicionais merecem atenção especial. Os gastos com documentação podem variar entre 10% e 15% do valor do imóvel, incluindo Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), escritura e registro, além de certidões, avaliação e outras taxas, conforme informações do mercado imobiliário.
Nesse cenário, leilões de imóveis no Rio de Janeiro e outras localidades, emergem como alternativas para casais que querem explorar possibilidades além do mercado convencional. De acordo com informações da JusBrasil, a modalidade oferece propriedades com valores até 60% mais baratos.
A recomendação unânime entre especialistas da área financeira estabelece que parcelas de financiamento imobiliário ou valores poupados mensalmente para a aquisição da casa própria não devem ultrapassar 30% da renda líquida familiar.
O planejador financeiro Marlon Glaciano sugere investimentos de menor risco para objetivos de médio prazo, como CDBs e títulos do Tesouro Direto. Para prazos mais longos, Clay Gonçalves recomenda títulos atrelados à inflação, como Tesouro IPCA+, além de exposição à renda variável. Em cenários de juros elevados, investir pode superar o financiamento imediato.
Fonte: Clarisse Benony