Innvestir o valor da restituição do IR pode ser uma estratégia eficiente




Com a restituição do Imposto de Renda prevista para este período, muitos contribuintes se questionam sobre a melhor forma de usar esse recurso extra: gastá-lo ou investir para o futuro. Investir o valor da restituição pode ser uma estratégia eficiente para ampliar o patrimônio e garantir ganhos financeiros ao longo do tempo, especialmente quando há disciplina e planejamento envolvidos. Essa é a recomendação de especialistas, que destacam a importância de transformar esse valor em um ativo que renda ao longo dos anos, ajudando a construir segurança financeira.

O primeiro passo é entender o potencial de crescimento do valor investido. Considerando uma aplicação conservadora que rende 100% do CDI, com taxa média histórica de 10,75% ao ano e capitalização mensal, a restituição de R$ 3.000 pode se transformar em valores significativamente maiores ao longo dos anos. Elaborei simulações para diferentes cenários, visando mostrar o efeito dos juros compostos e a importância da constância nos aportes para o sucesso financeiro.

Nas simulações apresentadas, com um investimento único de R$ 3.000, os resultados indicam R$ 3.322,50 em 1 ano, R$ 8.328,34 em 10 anos e R$23.120,43 em 20 anos, valores brutos antes do desconto do Imposto de Renda. Quando o contribuinte realiza aportes anuais recorrentes de R$ 3.000, os números crescem para R$ 54.894,32 em 10 anos e R$ 207.287,25 em 20 anos, considerando o valor acumulado dos aportes. Esse crescimento destaca o poder da disciplina e da regularidade no investimento, que transformam pequenos valores em um patrimônio considerável.

Levando a simulação para um cenário mais robusto, com aportes anuais de R$ 13.000 (sendo R$ 3.000 da restituição e R$ 10.000 da renda mensal), o patrimônio pode chegar a R$ 237.875,41 em 10 anos e a impressionantes R$ 898.244,73 em 20 anos. Mais do que aplicar o valor da restituição pontualmente, é fundamental pensar em uma estratégia de investimento de longo prazo, que conecte esses recursos a aportes regulares, disciplina financeira e objetivos claros. Assim, o valor que poderia ser usado apenas para um alívio momentâneo torna-se um catalisador para a construção de patrimônio.

Além disso, a planejadora ressalta que investir a restituição em veículos financeiros adequados, como planos de previdência privada, pode trazer vantagens tributárias e evitar o efeito do come-cotas, presente em alguns fundos de investimento. Optar por uma estratégia que aproveite benefícios fiscais, especialmente em aplicações mantidas por mais de dez anos, potencializa ainda mais o resultado final e ajuda na formação de uma reserva financeira consistente. Isso evidencia a importância de planejar não apenas o investimento inicial, mas todo o trajeto financeiro.

No cenário atual, com o CDI em patamares elevados, os ganhos obtidos com investimentos de baixo risco são ainda mais expressivos, o que reforça a importância de se planejar para aproveitar esse recurso extra. A restituição do Imposto de Renda, muitas vezes vista apenas como um alívio financeiro temporário, pode se transformar em uma poderosa ferramenta de crescimento patrimonial quando utilizada com inteligência e planejamento.



Fonte: Paula Bazzo - coordenadora da Comissão de Comunicação e Marketing da Planejar (Associação Brasileira de Planejamento Financeiro)