Conforme revela o estudo Ipsos Housing Monitor 2025, 69% dos brasileiros perceberam um aumento no valor dos imóveis no último ano, enquanto 68% acreditam que essa tendência de alta deve continuar. Esse cenário contribui para a impressão de que a casa própria se tornou um objetivo cada vez mais distante, especialmente entre os mais jovens.
No entanto, essa percepção pode ser equivocada. A Geração Z, composta por indivíduos nascidos entre 1995 e 2010, não abandonou o sonho da casa própria; o que ocorre é uma ressignificação profunda desse ideal à luz de novos valores, prioridades e realidades econômicas.
Segundo pesquisa da Brain Inteligência Estratégica, 37% dos jovens entre 21 e 26 anos ainda manifestam o desejo de adquirir um imóvel, motivados sobretudo pelo sonho da casa própria, pela busca por independência da casa dos pais e pela intenção de constituir família.
Entretanto, esse desejo vem atrelado a critérios distintos daqueles valorizados por gerações anteriores. Itens como localização estratégica, proximidade de serviços e transporte público, sustentabilidade, conectividade digital e estruturas adaptadas ao trabalho remoto, como coworkings e espaços para home office, tornaram-se decisivos. Soma-se a isso a crescente valorização de áreas comuns bem cuidadas, da integração com a natureza, do bem-estar e do equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Essa mudança de comportamento contrasta fortemente com o padrão observado nas gerações passadas. Para pais e avós da Geração Z, sobretudo nas décadas de 1970 e 1980, a casa própria representava o principal marco de estabilidade e ascensão social. Era uma meta clara e quase obrigatória, a ser conquistada logo após a entrada no mercado de trabalho, frequentemente associada à constituição familiar e ao sucesso pessoal.
Essa mudança de comportamento contrasta fortemente com o padrão observado nas gerações passadas. Para pais e avós da Geração Z, sobretudo nas décadas de 1970 e 1980, a casa própria representava o principal marco de estabilidade e ascensão social. Era uma meta clara e quase obrigatória, a ser conquistada logo após a entrada no mercado de trabalho, frequentemente associada à constituição familiar e ao sucesso pessoal.
Contudo, a instabilidade econômica, a globalização e a transformação cultural das últimas décadas romperam essa linearidade. Para os jovens de hoje, a liberdade de escolha, a flexibilidade e a mobilidade pesam mais do que a posse imediata de um bem durável.
Apesar disso, é plausível afirmar que o valor da posse tende a se reconfigurar e ganhar relevância em momentos posteriores da vida. Quando surgem demandas como o desejo por estabilidade, construção de família ou segurança patrimonial, o imóvel próprio volta a ocupar um lugar importante. A diferença é que, agora, essa escolha será mais seletiva, consciente e criteriosa. Não bastará adquirir um imóvel; ele deverá oferecer valor real: funcionalidade, propósito, boa localização, sustentabilidade e conexão com o entorno urbano e social.
Diante dessa nova configuração, o setor imobiliário enfrenta um desafio urgente: sair de uma postura reativa para adotar um posicionamento propositivo. Em grande parte, as respostas do mercado ainda seguem padrões tradicionais, pouco sensíveis às transformações em curso. Iniciativas inovadoras existem, mas são pontuais.
Apesar disso, é plausível afirmar que o valor da posse tende a se reconfigurar e ganhar relevância em momentos posteriores da vida. Quando surgem demandas como o desejo por estabilidade, construção de família ou segurança patrimonial, o imóvel próprio volta a ocupar um lugar importante. A diferença é que, agora, essa escolha será mais seletiva, consciente e criteriosa. Não bastará adquirir um imóvel; ele deverá oferecer valor real: funcionalidade, propósito, boa localização, sustentabilidade e conexão com o entorno urbano e social.
Diante dessa nova configuração, o setor imobiliário enfrenta um desafio urgente: sair de uma postura reativa para adotar um posicionamento propositivo. Em grande parte, as respostas do mercado ainda seguem padrões tradicionais, pouco sensíveis às transformações em curso. Iniciativas inovadoras existem, mas são pontuais.
O setor precisa incorporar, de forma estruturada, conceitos como urbanismo inteligente, planejamento integrado, áreas verdes preservadas, soluções de mobilidade urbana, espaços de convivência e serviços adaptáveis, que reflitam as demandas de uma geração plural, exigente e conectada.
A transformação do sonho da casa própria não representa uma ameaça ao setor imobiliário; ao contrário, revela-se como uma oportunidade clara de reinvenção e evolução. É o momento de romper com paradigmas ultrapassados e desenvolver empreendimentos que entreguem mais do que espaço físico: que ofereçam propósito, pertencimento, qualidade de vida e conexão com o mundo contemporâneo.
A transformação do sonho da casa própria não representa uma ameaça ao setor imobiliário; ao contrário, revela-se como uma oportunidade clara de reinvenção e evolução. É o momento de romper com paradigmas ultrapassados e desenvolver empreendimentos que entreguem mais do que espaço físico: que ofereçam propósito, pertencimento, qualidade de vida e conexão com o mundo contemporâneo.
A posse continuará a existir, mas não mais como símbolo estático de sucesso, e sim como uma escolha significativa, pautada por valores reais. O futuro da moradia será menos sobre adquirir imóveis e mais sobre viver com sentido.
Fonte:Daniel Pazinatto- diretor comercial da Antonio Andrade Urbanismo. Formado em Publicidade e Propaganda pela Universidade Paulista, Daniel Pazinatto é empresário e especialista em Gestão de Empreendimentos Privados de Desenvolvimento Urbano.
Fonte:Daniel Pazinatto- diretor comercial da Antonio Andrade Urbanismo. Formado em Publicidade e Propaganda pela Universidade Paulista, Daniel Pazinatto é empresário e especialista em Gestão de Empreendimentos Privados de Desenvolvimento Urbano.