A Receita Federal pagará cerca de R$ 11 bilhões no primeiro lote de restituição do imposto de renda deste ano, para mais de 6,2 milhões de contribuintes. É o maior valor já desembolsado pelo governo em um só lote. O pagamento começou no mesmo dia em que a declaração do IR foi encerrada e inclui residuais de restituições passadas.
Grupos prioritários, como idosos e pessoas com deficiência, já devem ter recebido o pagamento. Contribuintes que usaram a declaração pré-preenchida e escolheram o Pix como meio de recebimento também saem na frente. Para quem está em dúvida se tem direito, é possível acessar a página “Meu Imposto de Renda” após logar no gov.br e selecionar a opção "Consultar a Restituição", inclusive para descobrir em qual lote está.
Se a restituição estiver confirmada, mas não caiu na conta, é importante conferir se há algum erro com a declaração ou com os dados pessoais. “Dentre os serviços do portal do IRPF, os contribuintes podem clicar em ‘Pendências de Malha’ para conferir se eles caíram na malha fina por alguma razão. Mesmo para quem não está devendo o imposto, isso pode atrapalhar o recebimento da restituição”, explica Carmem Granja, diretora de expansão da Associação Brasileira de Provedores de Serviço de Apoio Administrativo (Abrapsa).
Se este não for o problema, é preciso checar os dados bancários. “A Receita só realiza pagamentos para contas da própria titularidade do contribuinte. Além disso, erros de digitação podem impedir que o valor seja creditado. Após corrigir esses fatores, o Banco do Brasil permite o reagendamento do crédito pelo Portal BB ou por telefone. O prazo é de um ano para fazer a solicitação”.
Depois do primeiro lote, os próximos pagamentos serão realizados em 30 de junho, 31 de julho, 29 de agosto e 30 de setembro, respectivamente.
Como a restituição funciona?
Manoel Valle, presidente da Abrapsa, explica que a restituição é o valor devolvido pela Receita Federal ao contribuinte que, ao longo do ano, pagou mais imposto do que o devido. O cálculo varia de acordo com o tipo de declaração realizada.
“Quem optou pela declaração completa recebe um valor personalizado, sem teto, considerando todas suas despesas dedutíveis, como despesas médicas, educacionais ou de dependentes”, aponta Manoel. “Já na declaração simplificada, é usado o desconto padrão de 20% dos rendimentos tributáveis até o limite de R$ 16.754,34”.
Para quem não tem direito à restituição este ano, mas quer aumentar as chances para 2026, a dica do profissional é organizar seus documentos e avaliar se a declaração completa é uma boa medida. “O próprio programa do IRPF calcula qual é a opção mais vantajosa para o contribuinte, mas, de qualquer forma, é preciso ter todos os gastos na ponta do lápis, e os comprovantes em mãos. Assim, ou as chances para restituição crescem ou o imposto a ser pago pode ser reduzido. De um jeito ou de outro, é uma vantagem”, conclui Manoel.
Fonte: Abrapsa