Fundos de crédito privado crescem com a alta dos juros




A escalada dos juros básicos (Taxa Selic) do Banco Central tem gerado impacto importante no segmento de fundos de investimentos e de crédito privado no Brasil. A indústria brasileira de fundos fechou o ano passado com captação líquida positiva de R$ 60,7 bilhões, segundos dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

Com destaque para os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs). Somente nos últimos 12 meses, até maio deste ano, somaram captação de R$ 80 bilhões. Motivos: aumento da demanda por capital de menor custo, especialmente com a alta dos juros, e o amadurecimento do próprio mercado nacional de fundos.

Em geral, são duas as maiores demandas das empresas no mercado de crédito: capital de giro e investimentos. Crédito é hoje nada mais que tempo desajustado. Ou o fornecedor não deu tempo suficiente para a empresa receber e pagar, ou o cliente não pagou no prazo para a empresa gerar o caixa necessário. As empresas quando buscam empréstimo ou antecipação de recebíveis precisam, na verdade, ajustar tempo.

O problema é que a taxa de juros mudou no Brasil. Mas os preços, os títulos, não mudaram. Neste cenário, as empresas precisam tomar algumas decisões urgentes. Muitas não agradáveis, como paralisar investimentos em expansão, por exemplo, para fortalecer o caixa (capital de giro). E se optarem em buscar recursos no mercado financeiro, têm de absorver juros maiores.

A alta da Taxa Selic (juros básicos do Banco Central) afeta a economia real. Primeiro, as pequenas empresas, mas também as médias e, em menor grau, as grandes companhias. É onde os fundos têm se mostrado uma alternativa mais viável para muitas empresas que precisam de crédito.

 

Fonte: Tiago Simon Egídio - CEO da HT3 Investimentos.