Como proteger o futuro do negócio diante de incertezas financeiras?




Já ouviu falar em reserva de emergência? Nas empresas, reservar uma parte do orçamento para imprevistos é fundamental para lidar com situações inesperadas de forma mais eficiente.

Essa reserva está diretamente ligada às estratégias de gestão de risco. No Brasil, o uso é mais comum em companhias de grande porte, com receitas acima de R$ 1 bilhão, onde 80% adotam essa prática.

Por outro lado, esse percentual cai para 55% quando se consideram também as empresas de médio porte, segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. Por isso, reunimos dicas essenciais de especialistas para quem deseja investir em uma reserva de emergência.

Gestão de riscos ainda é desafio no Brasil:

Atualmente, as empresas brasileiras ainda têm dificuldades na gestão de riscos. Um estudo da Deloitte mostrou que apenas cerca de 11% das grandes companhias possuem um plano totalmente estruturado.

A maior parte, 34%, está em um estágio considerado padrão. Outros 28% avançaram, mas ainda não atingiram a maturidade, enquanto 26% se encontram no nível básico.

A diferença no porte financeiro também dificulta a adoção: enquanto oito em cada dez empresas com faturamento acima de R$ 1 bilhão têm esse tipo de gestão, apenas 41% das que faturam até R$ 20 milhões apresentam o mesmo.

No ambiente corporativo, diversas situações podem demandar o uso de um fundo de emergência, como:

- Redução do faturamento devido a imprevistos ou variações sazonais

- Atraso nos recebimentos ou inadimplência de clientes

- Despesas extras com insumos, folha de pagamento ou custos operacionais

- Manutenção de equipamentos ou compras emergenciais

- Reposição de estoque aproveitando condições especiais de fornecedores

Por isso, proteger os investimentos é considerado fundamental para crescer mesmo diante das oscilações do mercado.

Dicas para montar uma reserva de emergência:

Especialistas indicam que o primeiro passo é organizar o fluxo de caixa, permitindo que a equipe financeira planeje sem comprometer a rotina nem causar problemas.

Com essa organização, os responsáveis conseguem identificar todos os fatores que podem impactar financeiramente o negócio. Além disso, é importante usar análise de dados para obter informações em tempo real, favorecendo decisões mais concretas e integradas ao crescimento da empresa.

Quanto ao valor ideal da reserva, ele varia conforme o perfil do negócio, prazos de pagamento, sazonalidade (pode mudar de acordo com a época) e outros riscos, que devem ser avaliados por especialistas.

Quando bem planejada, a reserva de emergência traz benefícios como:

- Gestão equilibrada do fluxo de caixa, garantindo preparo para imprevistos e oportunidades

- Proteção do capital de giro, evitando uso inadequado do caixa operacional e reduzindo custos financeiros

- Segurança diante das instabilidades econômicas, facilitando a superação de crises e quedas no consumo

- Capacidade de aproveitar oportunidades estratégicas, negociando e investindo com agilidade

- Fortalecimento da credibilidade no mercado, transmitindo solidez e atraindo clientes e fornecedores

Diante disso, esse planejamento se torna essencial para a rotina corporativa e tende a ganhar espaço à medida que mais empresas se adaptam ao cenário de incertezas financeiras que afeta o país.


Fonte: Francielle Mesquita