Como manter o equilíbrio financeiro em tempos desafiadores?




O cenário econômico brasileiro apresenta sinais de melhora na gestão das finanças pessoais. Dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revelam que, em dezembro de 2024, a proporção de famílias endividadas caiu para 76,7%, o menor índice desde 2022. Além disso, o comprometimento médio da renda com dívidas atingiu 29,8%, o menor nível desde 2019. Esses números refletem uma postura mais cautelosa dos brasileiros diante de um cenário econômico desafiador.

Apesar dessas melhorias, é essencial manter práticas financeiras saudáveis para evitar o endividamento excessivo. A seguir, cinco dicas fundamentais para manter o equilíbrio financeiro em 2025.

1. Evite o uso excessivo do cartão de crédito:

O cartão de crédito é uma ferramenta útil, mas seu uso descontrolado pode levar ao endividamento. Um levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) apontou que 51% dos consumidores entrevistados tinham prestações de compras no cartão de crédito, cartão de lojas, crediário ou cheque pré-datado a pagar no mês anterior à pesquisa, resultando na estimativa de 71,1 milhões de consumidores com contas parceladas.
Por isso, é importante evitar parcelamentos desnecessários e manter o controle sobre os gastos, priorizando pagamentos à vista sempre que possível.

2. Crie e siga um orçamento mensal:

Elaborar um orçamento detalhado permite visualizar receitas e despesas, identificando áreas onde é possível economizar. Utilize ferramentas como planilhas, aplicativos de finanças ou até mesmo anotações em papel para acompanhar seus gastos e garantir que suas despesas não ultrapassem sua renda.

Com um planejamento financeiro eficaz, é mais fácil evitar gastos impulsivos e manter as finanças sob controle.

3. Tenha uma reserva de emergência:

Imprevistos acontecem, e ter uma reserva financeira pode evitar a necessidade de recorrer a empréstimos com juros altos. No entanto, uma pesquisa realizada pelo Datafolha revelou que 67% dos brasileiros não têm nenhuma reserva financeira para imprevistos.

Para construir essa proteção financeira, o ideal é reservar, aos poucos, o equivalente a três a seis meses do valor de suas despesas mensais fixas, como aluguel, alimentação e contas essenciais. Esse valor deve ser aplicado em opções de investimento de alta liquidez e baixo risco, como contas remuneradas, CDBs com liquidez diária ou fundos de renda fixa conservadora.

Começar com pequenos valores é melhor do que adiar — o importante é manter a constância e ajustar o valor poupado sempre que possível. Além de garantir mais tranquilidade em momentos de crise, a reserva também contribui para que o consumidor evite comprometer o orçamento mensal com dívidas inesperadas.

4. Pesquise antes de contratar crédito:

Antes de assumir qualquer dívida, é fundamental entender as condições do crédito. Compare taxas de juros, prazos e o custo total da dívida para tomar decisões mais conscientes e evitar surpresas desagradáveis.

Para evitar armadilhas, a recomendação é sempre comparar pelo menos três instituições financeiras antes de fechar negócio. Ferramentas online e simuladores de crédito podem ajudar o consumidor a visualizar as diferenças entre as ofertas e identificar aquela mais adequada à sua realidade.

5. Evite comprometer mais de 30% da renda com dívidas:

Manter o comprometimento da renda com dívidas abaixo de 30% é uma prática saudável. Isso garante espaço no orçamento para despesas essenciais e contribui para a prevenção da inadimplência.

Se o volume de dívidas já ocupa mais do que o recomendado, o ideal é buscar alternativas para renegociar os débitos, alongar prazos ou reduzir as parcelas. Muitas instituições oferecem condições diferenciadas para clientes interessados em regularizar sua situação.

Além disso, vale reavaliar hábitos de consumo e priorizar a quitação das dívidas mais caras, como cheque especial e cartão de crédito rotativo, que possuem as taxas de juros mais altas do mercado. Esse ajuste contribui para devolver o equilíbrio ao orçamento e evitar a reincidência do endividamento.

Com pequenas mudanças de hábito e atenção às finanças pessoais, é possível transformar 2025 em um ano de mais segurança e tranquilidade financeira. Adotar atitudes simples, como acompanhar o orçamento, evitar compras por impulso e planejar-se para imprevistos, contribui não apenas para evitar dívidas, mas também para construir uma relação mais saudável e sustentável com o dinheiro.

Em um panorama que aponta sinais de melhora, cuidar das finanças é também uma forma de aproveitar as oportunidades e planejar o futuro com mais confiança.


Fonte: Flávia Navajas - Gerente de Canais Digitais e Marketing na MeuCashCard.