Como liderar equipes formadas por diferentes gerações?




A convivência entre Baby Boomers, Geração X, Millennials e Geração Z dentro das empresas é cada vez mais comum. Mas, embora a diversidade de perfis possa enriquecer o ambiente de trabalho, ela também traz desafios práticos de gestão. Segundo a pesquisa “Panorama de Sentimentos das Lideranças”, da escola corporativa Sputnik, 8 em cada 10 gestores afirmam ter dificuldades para liderar times compostos por diferentes gerações.

A questão é sensível, sobretudo quando envolve a Geração Z. De acordo com o relatório “Tendências de Gestão de Pessoas”, do Great People & GPTW, 68,1% das empresas entrevistadas dizem ter dificuldades com essa faixa etária, composta por pessoas nascidas entre 1996 e 2010. Em contrapartida, a geração Baby Boomer gera entraves para apenas 11,4% das companhias.

Essa aparente incompatibilidade tem solução e pode ser, inclusive, uma vantagem estratégica. O primeiro passo é entender que a idade não determina competência. Existem jovens líderes extremamente preparados e profissionais experientes com muita abertura para inovação. Cabe ao gestor identificar o talento e adaptar a liderança a ele.

Na prática, isso significa ajustar a cultura organizacional para que todos se sintam ouvidos e respeitados. A Geração Z, por exemplo, valoriza feedbacks frequentes, autonomia para trabalhar em projetos criativos e um ambiente que promova inclusão e diversidade. 
Já os profissionais mais experientes podem priorizar estabilidade, plano de carreira e reconhecimento. 

Segundo uma pesquisa da consultoria PwC, empresas que respeitam essas individualidades e implementam políticas de diversidade geracional têm 21% mais chances de superar seus concorrentes em lucratividade.

Destaco a importância de capacitar as lideranças. Muitos conflitos entre gerações acontecem porque os gestores não foram preparados para lidar com a diversidade de valores e expectativas. Programas de desenvolvimento emocional, comunicação assertiva e empatia precisam fazer parte da rotina de quem lidera.

A Febracis, que atende cerca de 16 mil alunos por mês em cursos voltados para o desenvolvimento pessoal, a liderança e a gestão, defende que o caminho está em promover espaços de troca e aprendizado mútuo. Práticas como mentoria reversa, feedback estruturado e planos de desenvolvimento individualizado ajudam a construir um ambiente onde as diferentes gerações se complementam.

Um líder preparado é aquele que entende que seu time é plural. O desafio é aprender a liderar respeitando essas diferenças, e não tentando apagá-las. Quando isso acontece, o desempenho da equipe muda completamente. Dados da Feedz reforçam essa visão: 78% das empresas brasileiras afirmam que pretendem investir em programas de treinamento intergeracional.


Fonte: Paulo Vieira - presidente da Febracis, escola de negócios com foco no desenvolvimento de líderes e profissionais.