O tema ‘investimento’ costuma gerar muitas dúvidas e debates entre a população brasileira, sobre qual é a melhor opção ou qual é a mais segura. Porém, não existe uma resposta certa, o que existe é um perfil de investidor e o objetivo que se deseja alcançar com o investimento. Apenas a partir desta definição, torna-se possível determinar qual caminho seguir, como por exemplo, sair da Poupança e começar no Tesouro Direto.
Os títulos do Tesouro Direto podem oscilar no curto prazo, o que costuma assustar investidores iniciantes. Essa volatilidade dos títulos públicos ocorre principalmente nos títulos prefixados e atrelados à inflação (Tesouro Prefixado e Tesouro IPCA+). O segredo para não se assustar com as oscilações é lembrar que elas só importam se a pessoa resgatar o dinheiro antes do vencimento.
Se o seu objetivo é um investimento de longo prazo, a volatilidade pode ser uma aliada. Quando os preços caem, é uma oportunidade para comprar mais barato e garantir uma taxa melhor até o vencimento. Quem entende isso percebe que a variação de preços no curto prazo é apenas um ruído. Para quem ainda não está confortável com essa dinâmica, o Tesouro Selic é sempre a escolha mais tranquila, pois sua oscilação de preços é mais suave e acompanha a taxa de juros básica da economia.
- 5 erros mais comuns cometidos por pessoas que saem da Poupança e entram no Tesouro Direto pela primeira vez:
1. Resgatar títulos prefixados ou IPCA+ antes do vencimento: muitas pessoas compram esses títulos sem entender que o valor pode oscilar no curto prazo. Se precisarem do dinheiro antes do vencimento, podem acabar vendendo com prejuízo.
2. Não considerar a liquidez: a poupança tem liquidez imediata, mas o Tesouro Direto pode levar um dia útil para o dinheiro cair na conta. Para compor a reserva de emergência, o ideal é ter uma parte em Tesouro Selic ou em um fundo DI de resgate rápido.
3. Ignorar os impostos: no Tesouro Direto, há cobrança de Imposto de Renda sobre os rendimentos. A alíquota começa em 22,5% e cai para 15% após dois anos. Isso precisa ser considerado no planejamento financeiro. Mesmo assim, ele rende mais que a poupança (se mantido até o vencimento).
4. Ignorar a data de aniversário da poupança ao migrar: muitas pessoas sacam o dinheiro da poupança para investir no Tesouro sem se atentar à data de aniversário da aplicação. Se o resgate for feito antes de completar um ciclo de 30 dias, o investidor perde o rendimento daquele mês. O ideal é aguardar o melhor momento para a transferência.
5. Esquecer de aprender sobre o investimento: é importante que as pessoas se dediquem um pouco a aprender sobre Tesouro Direto.
Outra forma do investidor se proteger é pensar em diversificar dentro do Tesouro Direto, ou seja, a cada vez que fizer o investimento, avaliar se dividir o valor investido em títulos diferentes seria possível. Um exemplo: tenho R$ 5.000 para investir e coloco R$ 1.700 em Pré-fixado, R$ 1.700 em IPCA+ e o restante em Tesouro Selic. Assim, o investidor sempre se protege de ter ‘errado’ em alguma previsão.
É muito importante deixar claro que a melhor estratégia é definir prazo e objetivo antes de investir. Desta forma, evita-se o erro de resgatar títulos em momentos desfavoráveis e garante-se que cada investimento esteja alinhado com a necessidade do investidor.
Fonte: João Victorino - administrador de empresas, professor de MBA do Ibmec e educador financeiro, formado em Administração de Empresas, tem MBA pela FIA-USP e Especialização em Marketing pela São Paulo Business School.