Líderes mundiais enviam carta de recomendações à presidência do G20




Durante a Semana do Clima em Nova York e a Assembleia Geral das Nações Unidas, 25 líderes globais se reuniram ontem, dia 25, para discutir um novo paradigma econômico, focado em soluções inclusivas, equitativas e regenerativas. O evento, organizado pelo Fórum Econômico Mundial e pela coalizão G20 pelo Impacto, culminou na elaboração de uma carta com recomendações estratégicas que foi enviada a Zane Dangor, Sherpa do G20 da África do Sul, que assumirá a presidência do grupo em 2025.

A iniciativa marca uma nova etapa nas discussões globais, trazendo à tona propostas robustas para que a presidência sul-africana do G20 priorize soluções focadas em uma transição econômica sustentável. Essas recomendações, desenvolvidas por uma coalizão internacional de mais de 50 organizações, são um esforço coletivo para enfrentar as crises globais atuais como, por exemplo, as mudanças climáticas e a crescente desigualdade socioeconômica.

Segundo Marcel Fukayama, co-fundador da Din4mo e coordenador do G20 pelo Impacto, “estamos em uma encruzilhada global, e a África do Sul tem a oportunidade de liderar um processo transformador, promovendo uma economia que harmonize desenvolvimento com limites planetários e bem-estar social. As nossas recomendações refletem esse compromisso, propondo uma forma que favoreça a participação social e um diálogo intersetorial para avanços consistentes.”

Recomendações enviadas à presidência do G20 na África do Sul

Entre as principais recomendações contidas na carta, destacam-se:

- Manutenção da Iniciativa Social do G20: fortalecer a participação de grupos de engajamento da sociedade civil nas reuniões oficiais de Sherpas e delegados de Finanças e Banco Central, promovendo diálogos inclusivos que integrem diversas perspectivas para formular políticas mais eficazes;

- Institucionalização da Cúpula Social do G20: estabelecer permanentemente a Cúpula Social como uma plataforma para ampla participação social, elevando o diálogo sobre políticas que enfrentem crises globais e fomentem uma economia digna e sustentável.

- Criação de um Grupo de Engajamento para a Reforma da Governança Global e o Desenvolvimento Sustentável: proposta de criar um novo grupo de engajamento dedicado à reforma da governança global e questões de desenvolvimento sustentável, incorporando conselhos econômicos e sociais dos países membros do G20.

- Iniciativa de Economia para as Pessoas e o Planeta: estabelecer um grupo transversal em relação à trilha Sherpa com o objetivo de definir princípios de alto nível para um novo paradigma econômico, promovendo modelos como a economia regenerativa e circular.

Compromisso com o Futuro Sustentável:

Com foco em 2025, quando a África do Sul assumirá a presidência do G20, as recomendações reforçam a necessidade de coordenar ações globais para mitigar os impactos das crises climáticas e sociais. A carta destaca a importância de legitimar a participação de atores da sociedade civil e de construir uma estrutura global de governança que responda às demandas contemporâneas de sustentabilidade e equidade.

“O G20 pelo Impacto é uma coalizão que busca influenciar diretamente os processos globais, garantindo que as decisões tomadas pelos líderes globais reflitam um compromisso real com o desenvolvimento sustentável e a justiça social”, reforça Fukayama.

Entre os participantes convidados estavam o fundador do Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab, o assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República do Brasil, Gustavo Westmann; Alexandra van der Ploeg, vice-presidente sênior da SAP, Chantal Line Carpentier, da ONU, Hilde Schwab, fundadora da Schwab Foundation for Social Entrepreneurship, organização-irmã do Fórum Econômico Social; Nick Hurd, ex-ministro britânico e atual chair do GSG impact e da Força Tarefa de Impacto do G7, Donald Gips, CEO da Skoll Foundation e ex-embaixador da África do Sul na Administração Obama, Kenneth Kwok, fundador do Global Citizen Capital.

A reunião em Nova York é apenas o início de uma série de eventos que culminarão na cúpula do G20, a ser realizada no Brasil em novembro deste ano, e que pretende deixar um legado contínuo para a presidência sul-africana em 2025.


Fonte: Jéssica Flausino