O Conselho Administrativo é o órgão responsável por supervisionar e orientar as decisões estratégicas em empresas de capital aberto, em corporações privadas e até em organizações sem fins lucrativos. Formado por executivos experientes, o conselho tem o papel de assegurar que a organização siga as melhores práticas de governança, proteja os interesses dos acionistas e promova o crescimento sustentável.
E, em tempos de rápidas mudanças econômicas e tecnológicas, um conselho efetivo precisa antecipar tendências, identificar oportunidades e agir com rapidez para superar desafios, sempre mantendo uma visão de longo prazo.
Para tanto, ele destaca a seguir as prioridades que os conselhos deveriam adotar em 2024, tendo como base um estudo recente da Ernst & Young (EY) elaborado a partir de entrevistas com mais de 350 conselheiros de diversos países da América e da Europa.
1. Mantenha-se ágil em meio à incerteza econômica persistente
Em um cenário econômico global caracterizado por incertezas, como inflação elevada e flutuações nas taxas de juros, os conselheiros precisam manter uma postura ágil e flexível. Isso significa ter um planejamento estratégico que incorpore diversos cenários possíveis e adaptar-se rapidamente às mudanças. Acompanhar atualizações econômicas e suas possíveis implicações para a empresa é essencial para que o conselho ajude a administração a focar no longo prazo.
2. Equilibrar disciplina e transformação na estratégia de capital:
A estratégia de capital deve ser ajustada para lidar com um ambiente de crescimento mais lento. Conselheiros devem equilibrar a disciplina financeira com a necessidade de inovação, incentivando investimentos que tragam valor a longo prazo e promovam a competitividade. O crescimento a qualquer custo já não é mais sustentável, e o conselho precisa garantir que a empresa comunique de forma clara aos investidores sua estratégia de capital.
3. Adotar a segurança cibernética e a privacidade de dados como vantagens competitivas
A segurança cibernética deixou de ser uma preocupação secundária e agora é um fator estratégico. Com a rápida evolução das ameaças cibernéticas e novas regulamentações, conselhos precisam garantir que a empresa esteja preparada para proteger seus dados e se adaptar às mudanças constantes nesse campo. Um conselho proativo realiza simulações de ameaças e mantém uma estrutura robusta de monitoramento da segurança cibernética.
4. Conduzir inovações responsáveis e transformadoras:
Com a ascensão de tecnologias como a IA Generativa, metaverso e Web3, conselhos devem adotar uma abordagem de inovação responsável. Isso significa garantir que a empresa explore essas inovações de forma ética e sustentável, levando em consideração os impactos sociais e ambientais. Além disso, é necessário que os conselhos adotem uma visão ampla, integrando diferentes perspectivas e experiências na tomada de decisões estratégicas.
5. Possibilitar uma estratégia de força de trabalho focada nas pessoas:
O estudo da EY também destaca a necessidade de uma estratégia de capital humano centrada nas pessoas. Em tempos de transformação digital e reestruturação do mercado de trabalho, conselhos devem garantir que a empresa promova diversidade, inclusão e desenvolvimento de talentos.
Isso significa que as empresas que colocam as pessoas no centro das suas estratégias são as que terão mais sucesso no longo prazo. Nesse contexto, os conselheiros têm o papel de assegurar que o capital humano seja uma prioridade estratégica, criando um ambiente onde os colaboradores se sintam motivados e engajados.
- A importância de conselhos preparados:
Os conselhos que incorporarem essas prioridades estarão melhor posicionados para enfrentar as incertezas de 2024 e aproveitar as oportunidades que surgirem. Conselhos que conseguem unir inovação e disciplina financeira, mantendo o foco nas pessoas, serão os que garantirão o sucesso de suas empresas em um mundo em constante transformação.
Fonte: Clodoaldo Oliveira - diretor executivo da JValério.