Ao longo dos anos, estratégias de sustentabilidade e de transformação digital seguiram caminhos paralelos em organizações de diferentes portes e setores,diferentemente de hoje, em que ambos os temas se complementam, fornecendo sinergia à preservação do meio ambiente, além de potencializar os resultados corporativos voltados à sustentabilidade.
Por um lado, vemos iniciativas importantes que ocorrem num âmbito macroeconômico. O Brasil, por exemplo, tem ocupado um lugar central em relação ao tema sustentabilidade por meio do G20 e, em breve, pela COP30, que acontecerá em Belém do Pará. O país vem desempenhando um papel fundamental na transição energética e na segurança alimentar, incluindo no G20 uma ampla colaboração entre diferentes disciplinas em prol da transição energética e do clima.
No âmbito empresarial, vemos muitas ações, porém, ainda existem alguns percalços para alcançar esse pleno entendimento das necessidades sustentáveis, tendo em vista que parte das indústrias ainda correm na contramão das práticas de preservação. Entre os agravantes, está a emissão desenfreada de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera e gastos volumosos de água para resfriar Data Centers. Mas a boa notícia, é que ainda há esperança.
Segundo o relatório intitulado ‘Como a IA pode possibilitar um futuro sustentável’, encomendado pela Microsoft, a Inteligência Artificial (IA) pode reduzir os gases de efeito estufa de 4% a 16% até 2030. Além disso, a pesquisa revela que essa tecnologia pode contribuir em até US$ 5,2 trilhões para a economia mundial. Esses dados, portanto, sinalizam um avanço mais que positivo para a indústria.
Em vista disso, a IA pode desempenhar um papel fundamental para impulsionar projetos assertivos e sustentáveis, sem subtrair os interesses econômicos das organizações. Isso porque essa tecnologia possui ferramentas necessárias para adequar as atividades das empresas a um ponto de vista mais tangível e de valor às estratégias.
Entre os principais benefícios está a capacidade de análise de dados e a formação de insights por meio do Aprendizado de Máquina, que nada mais é que uma ferramenta de construção de sistemas com base nos dados que os consomem. Isso significa que é possível criar uma comunicação de alto nível sobre o desempenho ambiental aos stakeholders da empresa, colaborando com a ação em conjunto entre as indústrias.
Outro ponto interessante é que a IA pode ajudar as organizações a estabelecer soluções e objetivos personalizados aos projetos, oferecendo comparações com frameworks (modelo de programação pré-pronto para o desenvolvimento de softwares) internacionais, bem como um correto monitoramento de resultados e análise de futuros cenários.
Entretanto, antes que qualquer decisão seja tomada, é importante frisar que a tecnologia por si só não é a solução. É fundamental entender previamente quais são os desafios e os objetivos do projeto. E, com base nessas informações, fazer a implementação dos programas de maneira mais clara e efetiva nas atividades.
Para esse desenvolvimento, o primeiro passo é buscar entender qual estágio de maturidade a empresa possui em relação à estratégia sustentável. Com isso, é possível simplificar a medição da pegada ecológica e de outros impactos, além de acelerar iniciativas, como automação de processos e práticas sustentáveis de design , entre outros.
Neste cenário de transformação disruptiva em que o mundo passa, é importante afirmar que sustentabilidade não pode ser vista como um ‘adicional’ ao negócio, mas como algo inerente a ele. Contudo, é necessário entender que dentro da cadeia de valor das empresas serão encontrados riscos e oportunidades ambientais, assim como formas de aplicar tecnologia para gerar ações positivas.
Nessa jornada, a principal chave para esta solução é a colaboração entre as indústrias. Afinal, em um contexto em que o tempo é essencial, não podemos permitir que corporações que operam separadamente a este curso tentem ‘reinventar a roda’. Todos temos que trabalhar juntos para reduzir este impacto.