Tendências no setor de investimento de impacto




Os investimentos de impacto estão em ascensão no Brasil. O volume de aportes no país chegou a 18,7 bilhões em 2021, número que representa um aumento de 60% quando comparado com o ano de 2020, que totalizou R$ 11,5 bilhões. É o que revela o Relatório de Investimentos de Impacto no Brasil de 2021, divulgado pela Ande (Aspen Network of Development Entrepreneurs) com patrocínio da Fundação Grupo Boticário, Fundo Vale e Potencia Ventures.

A expectativa para 2024 é que o movimento continue se intensificando. Elenco três pontos que devem estimular a adesão à modalidade.

Confira:

- Intensificação do debate sobre como aplicar critérios ESG no mercado de capitais:

Os investimentos ESG têm causado muita repercussão e, além disso, trazido grande envolvimento político para o tema. Esse envolvimento da política, como tem acontecido com grupos conservadores tentando barrar avanços nos EUA e Europa, junto com a discussão técnica de como definir o que é a prática ESG vai intensificar as discussões sobre o assunto. 

O lado positivo é que, com isso, podem haver avanços na regulação e na definição do que são métricas ambientais, sociais e de governança, tornando-as mais claros e acessíveis para o mercado como um todo.

- Aprofundamento da inovação para combater a mudança climática através de soluções em biodiversidade

Nos últimos anos, a mudança climática era a pauta principal no meio dos investimentos socioambientais e as soluções recebendo maior parte do capital eram relacionadas a projetos de energia limpa e descarbonização. Entretanto, recentemente tem surgido mais soluções atrelada à conservação da biodiversidade, que está diminuindo no mundo todo. 

Inovações que envolvam a preservação e proteção da natureza, como por exemplo a produção sustentável de peixes nos rios da Amazônia, passam a ter mais interesse dos investidores, que entenderam que o desafio ambiental é bem maior que apenas a emissão de carbono.

- Aumento do interesse de investidores no “S” do ESG:

Até então, o “E” e o “G” estavam mais em foco para investidores buscando transição para uma carteira ESG. Uma tendência para esse segundo semestre de 2023 é o aumento do interesse do público em soluções que resolvam o S do ESG, ou seja, os problemas sociais. Isto por conta da desestabilização econômica, altas taxas de juros e aumento da vulnerabilidade social, que chamam por respostas em relação a práticas justas de trabalho, inclusão, diversidade, equidade e apoio à comunidades.


Fonte: Itali Collini - diretora da Potencia Ventures no Brasil.