Os desafios do setor logístico diante das emissões de CO2




O setor logístico enfrenta diversos desafios quando falamos de emissões de CO2, isso porque os veículos de transporte, como caminhões, navios e aviões dependem da queima de combustíveis fósseis, responsáveis por 87% das emissões globais de gás carbônico, de acordo com relatório publicado pela Agência Internacional de Energia (IEA).

Quando pensamos no aumento da demanda por transporte impulsionado pelo e-commerce, por exemplo, facilmente podemos compreender a crescente emissão no setor. Além disso, a logística não envolve apenas o transporte, mas também inclui armazenamento, manuseio de materiais, estoque, segurança e, em alguns casos, serviços de valor agregado (McKinnon, 2010a) - ou seja, há muitos processos que interferem, ainda mais, nos impactos negativos.

Atualmente, já existem muitas empresas que se preocupam em ter uma logística mais sustentável e econômica e, com isso, soluções têm sido estudadas e implementadas para mitigar as emissões de carbono inerentes às operações. Porém, é necessário compreender o quanto de CO2 a sua empresa/operações emite e como o cliente final também pode fazer parte deste movimento de compensação e redução. 

Um bom exemplo é o Frete Neutro, um sistema da Eccaplan que pode ser integrado aos portais de e-commerce, para que seja possível calcular e neutralizar a emissão total proveniente da entrega de cada compra. O cliente ainda recebe um relatório com o detalhamento da ação de compensação de carbono realizada, que pode ser cobrado, de forma opcional, no ato da compra. O sistema também pode ser adotado por empresas de distribuição para calcular e compensar as emissões de carbono de seus trajetos.

Este tipo de ação, até mesmo compartilhada, é uma grande opção para mitigar os impactos ambientais, isso porque as tecnologias de captura e armazenamento de carbono estão recebendo atenção como métodos promissores para alcançar a neutralidade de emissões. 

Estas tecnologias têm o potencial de reduzir as emissões diretamente na fonte, sendo parte integrante da estratégia mundial para combater as alterações climáticas. Mas é claro que além da implementação deste tipo de tecnologia, outras também podem e devem ser adotadas, como o uso de veículos elétricos, planejamento adequado da frota e uso de combustíveis alternativos. 

Para se ter uma ideia, segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), novas tecnologias, tais como motores avançados, redução do peso dos implementos, melhorias na aerodinâmica e nos pneus, podem tornar novos caminhões entre 30% e 40% mais eficientes até 2030 e, consequentemente, menos poluentes.

Enfrentar os desafios do setor logístico requer uma abordagem holística e colaborativa que envolve investimentos, comprometimento e, até mesm
o, stakeholders para desenvolver e implementar soluções eficazes para reduzir as emissões de CO2.


Fonte: Fernando Beltrame - mestre pela USP, engenheiro pela Unicamp e CEO da Eccaplan.