Isso significa que boa parte das vezes nós agimos automaticamente imitando nosso grupo social. Quando somos questionados argumentamos com crenças do nosso grupo e quando precisamos defender alguém defendemos primeiro gente do nosso grupo. A desconfiança, o senso de pertencimento e a expectativa pelo erro se concentram nas pessoas do outro grupo, vistas como intrusas, outsiders.
Quando a PHD Dana Kanze analisou transcrições de sessões de Q&A (perguntas e respostas) entre centenas de investidores de venture capital e empreendedores através de um software de linguística, ela descobriu que venture capitalists faziam perguntas diferentes para empreendedores homens e mulheres.
Na amostra de Kanze, os investidores adotaram o que é chamado de orientação de promoção ao questionar os fundadores do sexo masculino, o que significa que eles se concentraram em esperanças, realizações, avanços e ideais.
Por outro lado, ao questionar as fundadoras, eles adotaram uma orientação preventiva, que diz respeito à segurança, responsabilidade, segurança e vigilância.
67% das perguntas feitas aos empresários do sexo masculino eram voltadas para a promoção, enquanto 66% das perguntas feitas às empresárias eram voltadas para a prevenção.
Como os empreendedores tendem a responder no mesmo tom em que a pergunta é feita, o impacto dessa disparidade de abordagem é imenso. Os founders que responderam principalmente a perguntas de prevenção levantaram uma média de US$ 2,3 milhões em investimento para suas startups até 2017 – cerca de 7x menos do que os US$ 16,8 milhões arrecadados em média por aqueles que responderam principalmente a perguntas de promoção.
Interessante notar que isso também acontece, embora em menor grau, quando as investidoras são mulheres. O que nos traz de volta aos vieses, se enquanto investidores não admitirmos que temos um "defeito de fábrica" no que diz respeito a selecionar fundadoras para investir, como vamos fazer parte da solução?