COP 28 visa acelerar a mitigação das mudanças climáticas




Dubai, nos Emirados Árabes, sediará do dia 30 de novembro até doze de dezembro de 2023, a 28ª edição da Conferência das Partes (COP 28), evento anual promovido pela Organização das Nações Unidas, com a participação de representantes do setor público, setor privado e sociedade civil, dos países-membros da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (UNFCCC).

Neste evento os países tentarão encontrar fórmulas para reduzir o impacto e o alcance das mudanças climáticas em curso. A produção agrícola será um dos principais temas das discussões, as quais fundamentam as decisões a serem tomadas pelos governos dos países participantes.

A ideia de que os países tenham responsabilidades diferenciadas para que possam atender às necessidades básicas de suas populações em comparação com os países desenvolvidos esbarra em impactos quando se trata de alterações climáticas.

De acordo com o coordenador-geral de Ciência do Clima do MCTI, Márcio Rojas, alguns dos impactos mais intensos da mudança do clima serão sentidos no Brasil, onde serão mais severos que a média global. O país tem dimensões continentais e parte considerável localizada na região tropical, as quais aquecem mais que as oceânicas.

Referendando a fala do coordenador, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) aponta que, nos últimos 60 anos, algumas regiões no Brasil já apresentam aumento na média das temperaturas máximas de até 3ºC. Uma análise do World Weather Attribution, com participação de cientistas brasileiros, apontou que a mudança do clima influenciou a onda de calor que ocorreu no Brasil no fim de agosto e início de setembro, em pleno inverno.

O Brasil, no âmbito do Acordo de Paris, se comprometeu, até o ano de 2025, reduzir suas emissões de GEE em 37% e, até 2030, reduzir em 43%, tomando-se por base em ambos os casos as emissões de 2005. Já em 2060 o Brasil se comprometeu a atingir a neutralidade climática.

Além dos progressos com relação às metas estabelecidas pelo Acordo de Paris, a COP tocará em pontos como: a adoção de medidas para acelerar a transição energética; a necessidade de se alterar o uso da terra e os sistemas de alimentação; e os instrumentos/mecanismos capazes de propiciar aos países em desenvolvimento investir em ações climáticas, com foco na natureza e nas pessoas. Além disso, a COP 28 pretende ser a mais inclusiva de todas as conferências realizadas até o momento.



Fonte: Vininha F. Carvalho - jornalista, economista, administradora de empresas e editora da Revista Ecotour News & Negócios.