58% das empresas brasileiras não conseguem desenvolver suas lideranças






No Brasil, as diferentes modalidades de trabalho (presencial, híbrido e home office) geraram um grande desafio para metade das grandes companhias do país, que enfrentam hoje dificuldades em manter uma cultura organizacional. Contudo, o maior obstáculo a ser ultrapassado é de desenvolver lideranças, conforme aponta a segunda edição da pesquisa "O Cenário do RH no Brasil", realizada pela Umanni, umas das primeiras HR Techs do país, em parceria com a Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH Brasil), em 2022.

De acordo com o mapeamento do cenário do RH, que ouviu 901 profissionais, cerca de 58% das empresas não conseguem desenvolver suas lideranças. Além disso, 54,1% dos entrevistados consideraram, em uma escala de 1 a 4, que a preparação da liderança está de regular a ruim para os desafios de gestão de pessoas.

51% ainda enfrentam dificuldades em estabelecer uma cultura organizacional, considerando os novos rituais de trabalho que precisaram ser criados pós pandemia. “O conceito de RH Estratégico ainda está distante para as empresas do Brasil e este é um desafio que percebemos em outras edições também. Recentemente, houve um esforço por parte das empresas de retornar ao 100% presencial, mas a maioria dos funcionários prefere o modelo híbrido. Isso significa que as companhias precisam estudar novas formas de transmitir e fortalecer a sua cultura organizacional à distância. Considerando que essa tendência veio para ficar”, enfatiza Eliane Aere, CEO e Sócia da Umanni.

Orçamento reduzido e alta necessidade de automação dos processos de RH:

De modo geral, o orçamento das empresas apresentou um aumento de 42,5%. Contudo, apenas 35,4% dos departamentos pessoais tiveram o seu orçamento aumentado, enquanto 32,3% mantiveram e 21,4% reduziram. Isso, por sua vez, releva a importância de as empresas aderirem à automação e melhoria dos processos no setor, o que infelizmente não vem ocorrendo.

Por enquanto, o RH tem avançado pouco em automação. De acordo com os dados apurados, este recurso é mais usado para folha de pagamento (70% dos casos) e recrutamento e seleção (53,7%). “Apesar de digitalização não ser um tema prioridade para a grande parte das companhias, é essencial explorar soluções que ataquem o desafio de se fazer mais com menos, especialmente diante de um orçamento enxuto”, conclui Aere.

Saúde ainda não está sendo priorizada:

A pesquisa apontou que apenas 2,88% dos entrevistados analisaram os custos na área da saúde nas empresas como um desafio, um número inesperado. Na avaliação de Luiz Edmundo Rosa, diretor de Desenvolvimento de Pessoas, este tópico deveria ter mais prioridade. “Não podemos continuar do jeito que está, pois a saúde é um dos maiores gastos com pessoas nas empresas, o que em muitos casos podem se tornar insustentável. Fazer uma boa gestão na saúde corporativa traz uma série de benefícios para a empresa e para os funcionários”, afirma.

Diversidade e Inclusão têm marcado presença nas empresas:

Em relação à diversidade e inclusão, 60,5% das companhias pesquisadas desenvolvem ações sobre os tópicos. Destas, destacam-se desenvolvimento de lideranças (61,1%), equidade salarial entre todos os profissionais (46,8%), equilíbrio de gênero no quadro de profissionais (43,3%) e preenchimento de cotas legais (36,1%).

Na visão de Silvia Tyrola, Diretora de Diversidade da ABRH Brasil, os temas de diversidade e inclusão têm avançado bastante nos últimos anos, principalmente nas empresas de grande e médio porte. “A pesquisa retrata a realidade que temos observado nas organizações, pois vemos que muitas empresas estão tentando abordar o assunto internamente, seja por questão de conveniência ou compromisso”, relata. “Por isso, é cada vez mais necessário capacitar e preparar tanto a liderança como toda a empresa para que a diversidade seja acolhida e o ambiente de trabalho seja mais criativo e saudável”.

Geração Y é a faixa etária predominante no RH:

41% dos respondentes possuem entre 31 e 40 anos; 26,2%, entre 41 e 50 anos; 12,7%, entre 51 e 60 anos; 15,6%, até 30 anos; 4,6%, têm mais de 60 anos. O resultado mostra que há uma grande concentração de profissionais com menos de 40 anos. "Isso revela que a geração Y está presente de modo predominante na área de Recursos Humanos De forma geral, os resultados obtidos mostram que a geração Y, predominante na área Recursos Humanos, que era anteriormente comandada pela geração X", pontua Eliane Aere.


Fonte: Amanda Caires