Benefícios do uso de inteligência artificial no mercado financeiro




A tecnologia demorou para ser inserida no mercado de consórcio. No entanto, atualmente a inteligência artificial tem evoluído a passos largos e vem trazendo soluções inovadoras que, se aplicadas corretamente, podem ajudar a desburocratizar processos e principalmente ajudar empresas a melhorar a experiência de seus clientes de maneira escalável.

Para Thiago Almeida, sócio-fundador e Product Manager da Turn2C, infraestrutura de inteligência artificial (IA) para o mercado de consórcio, o maior problema da modalidade financeira hoje está no número de desistência, totalizando quase 49% de cancelamento. O alto volume está relacionado a frustrações associadas ao objetivo final, que em grande parte dos casos é a compra de um bem ou serviço. Quando o cliente por algum motivo deixa de acreditar que irá realizar seu objetivo, se frustra e deixa de pagar.

Desta forma, é necessário que o mercado invista em soluções que ajudem os clientes a entenderem de maneira clara o que precisam fazer para chegarem em seus objetivos. “Precisamos de ferramentas que acelerem processos que estão burocratizados e recursos que diminuam custos, evitem fraudes e aumentem a escala para gerar mais vantagem competitiva. Iniciativas nesta linha deixam as informações mais transparentes, auxiliando o cliente em suas decisões e melhorando a experiência como um todo”, explica Almeida.

Uma pesquisa da Ipsos, realizada para o Fórum Econômico Mundial, mostrou que 57% dos brasileiros acreditam que os recursos proporcionados pela inteligência artificial são benéficos, ou seja, quase seis em cada dez brasileiros apontam que serviços e produtos que usam IA trazem mais vantagens do que desvantagens.

Segundo Almeida, a predisposição à IA pode facilitar a adesão da população aos produtos e soluções com essa tecnologia. “As pessoas estão começando a entender que a utilização de inteligência artificial em seu cotidiano, além de auxiliar em suas tarefas, trata-se de um caminho sem volta. A geração mais nova já nasce com este estigma, nunca na história uma geração teve acesso a tanta informação e soluções quanto esta”, ressalta.

Ainda de acordo com o executivo, o Brasil, considerando sua economia e posicionamento geopolítico, está caminhando bem nas iniciativas de inteligência artificial no mercado financeiro. A aparição das fintechs é um dos resultados disto. No entanto, a tecnologia ainda não demonstra ser tão avançada quanto nos Estados Unidos e na China, mas o país está começando a construir debates importantes, como a regulamentação desta ferramenta.

Por outro lado, a utilização de inteligência artificial não é uma prática que se limite apenas às fintechs. “Não acredito que instituições financeiras mais tradicionais tenham resistência ao uso de IA. O que ocorre é que suas estruturas são muito maiores, sendo necessário ter mais segurança e controle com processos e informações. Isso, por sua vez, faz com que sua mudança seja mais lenta do que as fintechs, que têm estruturas, por vezes, menores”, afirma Almeida.

Por essa razão, o executivo reforça que existem pontos de evoluções, tanto no mercado de consórcio quanto no de financiamento, tomando como base o âmbito de formalização. Por exemplo, atualmente, grande parte do processo para se comprar um bem, seja em consórcio ou financiamento, depende de documentos físicos com reconhecimentos de assinaturas em cartório. É possível evitar essa burocracia com iniciativas modernas e funcionais.

Principais benefícios na utilização de inteligência artificial no mercado financeiro:

- Ajuda na tomada de decisões: Empresas estão criando modelos de inteligência artificial para ajudar na tomada de decisão em vários momentos, seja na escolha de um investimento ou até mesmo auxiliando os seus clientes a tomarem boas decisões;

- Ganho de escala: Toda automatização de processos e ganho de velocidade nas análises para tomadas de decisão ajudam equipes e empresas a serem muito mais eficientes, gerando maior escala;

- Segurança: Já é comum sistemas de reconhecimento facial ou de impressão digital para realização de transações financeiras, o que representa um grande avanço para o mercado como um todo.



Fonte: Alice Vieira