Mudanças que entraram em vigor com a lei de transparência salarial em Nova York






Desde o dia primeiro de novembro as empresas em Nova York com quatro ou mais funcionários passaram a ter que divulgar o salário específico em cada anúncio de emprego. O objetivo é acabar com diferenças salariais existentes entre homens e mulheres e também entre os diferentes grupos raciais.

Na média global, de acordo com a Organização Internacional do Trabalho, as mulheres recebem cerca de 20% menos que os homens, mesma média que apresentada no levantamento da consultoria IDados, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). A pesquisa Desigualdades Sociais por Cor ou Raça do IBGE aponta que homens brancos ocupam o topo da escala de salários do país; negras ganham menos que homens negros, e eles são mais mal remunerados que mulheres brancas.

No Brasil, a CLT desde 1943 já determina que salários devem ser iguais "sem distinção de sexo". O tema também é abordado no artigo 7º da Constituição de 1988, que proíbe a "diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil. A implementação da transparência salarial no país pode auxiliar no enfrentamento da desigualdade salarial existente.

Listamos as 3 principais mudanças trazidas pela implementação da lei em Nova York:

- Obrigatoriedade de divulgar faixas salariais - As empresas que anunciam vagas de trabalhos na cidade de Nova York são obrigadas a informar as faixas salariais que pagam aos funcionários para a função que estão querendo contratar. A lei é aplicável para todas as empresas com pelo menos quatro funcionários.

- Online e Impressos: A obrigatoriedade vale tanto para anúncios de emprego online quanto para os meios impressos, inclusive em divulgações feitas internamente nas empresas.

- Monitoramento: A aplicação da lei será monitorada pela Comissão de Direitos Humanos de Nova York. Os empregadores que descumprirem as regras estão sujeitos a multas de até 250 mil dólares.

Uma das vantagens da transparência, além da promoção de maior igualdade de gênero e raça, pode ser também um fator decisivo a ser considerado no recrutamento de profissionais: Muitas vezes os candidatos passam por processos seletivos para só depois, ao serem aprovados, descobrirem que não têm interesse pela remuneração oferecida, o que é uma perda de tempo para todas as partes envolvidas.

Além da cidade de Nova York, no Reino Unido e na Finlândia, o movimento por transparência salarial tem ganhado espaço e promete ser um dos temas a serem discutidos também no Brasil.

Fonte: Ana Paula Prado - CEO do Infojobs