Cresce o número de demissões no mercado de trabalho



Trabalhar em um ambiente inseguro psicologicamente, com baixos salário, seguido das questões de clima e relações interpessoais no trabalho, resultou em mais de 600 mil demissões voluntárias de brasileiros em agosto deste ano, segundo dados da LCA Consultores. O fenômeno também ocorre em vários países ao redor do mundo e têm preocupado as companhias.

Hoje o desafio das organizações têm sido trabalhar a diversidade como fator competitivo, além de rever suas políticas de gestão de pessoas com a oferta de benefícios corporativos, apostas em novos modelos focados no desenvolvimento e aprendizagem permanente, bem como a nova arquitetura organizacional para contemplar as lideranças e as estruturas de carreira em Y. O diagnóstico de clima é um termômetro importante para identificar os pontos de insatisfação na empresa quanto à gestão e processos de trabalho

A geração Z é a conectada e suas relações e produtividade, estão interligadas às redes sociais, uso da tecnologia nos mais diferentes dispositivos e internet. Pesquisas mostram que a geração Z tem 24% da força de trabalho global no mercado atual. Contudo, hoje, comparada com as demais gerações, possui dificuldades de adaptação às estruturas organizacionais mais rígidas e que entram em choque com os valores desses jovens, principalmente no tocante à inclusão e diversidade. Nestes casos, torna-se pertinente que as organizações ofereçam políticas mais liberais e atrativas com foco na qualidade de vida, criatividade, remuneração e participação nos resultados.

- Quais são os desafios de reter esses talentos?

O desafio é o RH criar várias estratégias que atendam às demandas dessa geração e as empresas reverem sua cultura organizacional no sentido de serem mais flexíveis às demandas da geração Z: transparência, equidade, diversidade e inclusão são as palavras de retenção para eles, além das políticas valorizarem o conhecimento e o reconhecimento em curto prazo.

- Como as companhias podem reter os talentos?

1-Desenvolver a inteligência emocional e a gestão das relações no ambiente de trabalho, para que essa geração saiba lidar com as pressões, metas e valorize os relacionamentos interpessoais.

2- Oferecer oportunidades de desenvolvimento à curto, médio e longo prazo, associadas aos planos de carreira da organização, articulando com pacotes de benefícios atrativos.

3- Preparar para a liderança humanizada, com foco na humanização das relações de trabalho, a fim de dialogarem sobre metas e prazos, de acordo com as necessidades de áreas e expertise dos jovens.

4- Focar na qualidade de vida e incluir ações que permitam lazer e liberdade para os jovens, no sentido de sentirem reconhecidos em suas necessidades, com um ambiente acolhedor, diversificado, que valorize as opiniões e o diálogo com seus superiores, com jornadas flexíveis e possibilidades de inovarem seus processos de trabalho.

5- E por fim, redefinir aos valores organizacionais no sentido de incluírem os novos perfis profissionais e aproximar as demais gerações que ali transitam para trabalharem em equipe com os jovens da geração Z, pois a troca de experiências potencializa o desenvolvimento das relações interpessoais, além de ser ótima oportunidade de aprendizado entre ambos.


Fonte: Eliziane Jacqueline dos Santos - coordenadora do curso de Tecnologia em Gestão Hospitalar EAD da Faculdade Santa Marcelina,