Startup utiliza biotecnologia para transformar processo de fabricação

                          


As startups de biotecnologia carregam uma responsabilidade considerada essencial para o que chamamos de “evolução do mercado nacional”, uma vez que, apresentam em seus projetos aptidões que promovem conhecimento e inovações, além de apresentar um desenvolvimento sustentável significativo com melhorias para a sociedade.

Conforme o estudo da Distrito (plataforma de inovação que proporciona conexão com startups e dados para alcançar melhores resultados), o volume investido em startups em estágios iniciais cresceu no primeiro semestre de 2022. As rodadas tipo seed (Indicado para projetos já validados) saltaram de US$ 151 milhões em 2021 para US$ 282 milhões neste ano.

Com atuação em diversos setores, o grande destaque do momento são as startups de biotecnologia, que estão conquistando um espaço significativo no mercado, com foco em inovação, tecnologia e popularização da ciência.

Sob comando da biomédica Mariana Silva, a Planty Beauty é um dos exemplos recentes e inovadores da atuação de biotechs. A startup que usa biotecnologia para transformar o processo de fabricação de cosméticos, utilizando insumos mais limpos e naturais em todo processo de produção, lançou, em março de 2022, um hidratante facial vegano, feito à base de extratos naturais e ácido hialurônico produzido a partir de bactérias.

Em pouco mais de 6 meses de circulação, a Planty Beuaty já estava nos principais eventos de moda do país. Através de parceria com modelos e maquiadores, o hidratante facial esteve presente na São Paulo Fashion Week e Casa de Criadores, reforçando a necessidade da sociedade em ter produtos naturais capazes de reduzir o impacto da ação humana no meio ambiente.

Para Mariana Silva, CEO da Planty Beauty, o modelo de negócio utilizado na startup possibilita que a biotech converse com todos os setores envolvidos no processo de compra e consumo. Atuando para atender tanto o mercado B2C (consumidor final) quanto B2B (empresas), a empresa se dedica a popularização da ciência e conscientização da sociedade sobre o impacto do consumo para o meio ambiente.

“Na Planty atuamos de duas formas, em contato com clientes e para tangibilizar para eles um produto cosmético eficaz que gera muito menos impacto para o meio ambiente (B2C) e, de forma complementar, atendemos a indústria, para mudar a forma como se produz cosméticos. Assim não é só a Planty que está transformando a forma de consumo, conseguimos espalhar nossa semente para outros públicos e de forma ampla”, explica.

Diante do cenário atual, Mariana destaca que é perceptível que a atuação da biotech explana as dificuldades em encontrar empresas dispostas a se comunicar com o público e empresas comprometidas com a transformação nas bases de produção, uma vez que o diferencial da Planty, desde seu momento de criação, foi assumir o compromisso com a sociedade, em busca de um futuro mais ecológico e sustentável.

“Acredito que o principal diferencial da Planty Beauty está na maneira como propomos novas discussões, principalmente em canais como Linkedin, sobre criação de novos processos de produção de cosméticos. Temos por propósito extinguir o extrativismo predatório e uso de petrolatos como fonte de matéria-prima, dominando processos de produção biossintéticos, o que nos abre um leque de possibilidades de atender a outras empresas”, explica a biomédica.

Ao apresentar esses diferenciais trazidos por Mariana, é possível entender as startups de biotecnologia como um negócio positivo para sociedade, um negócio de impacto, reformulando a produção de bens e serviços. Além disso, as biotechs utilizam sistemas biológicos e organismos vivos em suas linhas de produção, reduzindo a exploração predatória do meio ambiente, com tecnologia, inovação, química e outros segmentos da ciência.

“Falar de ciência e biotecnologia pode soar complexo demais quando você quer vender um hidratante facial. Tivemos um grande desafio na pandemia e cientistas do mundo todo tiveram que aprender a comunicar coisas muito complexas do ponto de vista científico e social para cada indivíduo. Acredito que isso deixou um grande ensinamento, a comunicação não acadêmica é um dos caminhos para que as pessoas se engajem no assunto”, acrescenta a CEO.

Para o futuro, Mariana Silva conta que pretende se dedicar aos investimentos em pesquisa e também desenvolvimento de novos canais de vendas. A CEO da Planty Beauty prevê que a empresa fature cerca de R$650 mil ainda em 2022, através da ampliação da cartela de produtos com dois novos itens, incluindo um de limpeza facial.


Fonte: Loren Beatriz