Estudo entre dólar e commodities aponta preço "justo" do dólar em R$3,31

                         


Influenciado por diversos eventos, como as taxas de juros do Brasil e dos Estados Unidos, o preço do dólar vem oscilando constantemente. Além disso, umas das variáveis dessa conta são as commodities, uma vez que o país é um dos maiores exportadores mundiais de insumos. É neste contexto que o time da tesouraria da Travelex, maior especialista em câmbio do mundo, realizou um estudo com base nos preços até maio de 2022, que analisou qual seria o preço “justo” do dólar, entendendo a relação entre o câmbio spot e o preço de commodities em dólar. Com isso, concluíram que o valor da moeda americana estaria em R$3,31, desconsiderando outros fatores como guerra na Ucrânia ou pandemia da Covid-19.

“É esperado que, com o aumento do preço em dólar das commodities, o real fique apreciado, uma vez que o Brasil é um país exportador. Desta forma, o aumento dos preços implica em maior oferta de dólar no país”, comenta Marcos Weigt, Head de tesouraria da Travelex. 

“Mas é importante lembrar que a variação do dólar não é medida apenas por este cenário, portanto, não esperamos que a moeda americana chegue de fato a este valor no curto e médio prazo”, destaca.

Foi constatado que quando não há impacto por fatores de grande instabilidade, o movimento dos preços das commodities e o valor do dólar vão sempre em direções opostas. Ou seja, conforme o preço das commodities sobe, o dólar se desvaloriza ante o real e vice-versa. 

Como mostra gráfico:


Em 2020, esse comportamento sofreu alteração, uma vez que tanto o preço das commodities quanto a cotação do dólar subiram juntos. “Isso se deu por conta da pandemia. Países emergentes, como o Brasil, recorrem ao dólar por ser uma moeda mais forte diante de possíveis crises econômicas”, explica o especialista. “Este movimento acabou tendo um peso muito maior na variação do câmbio do que o preço das commodities”, continua.

Em tese, essa correlação entre as commodities e o preço do dólar deve ser sempre o mais próximo de um, seja ele um número positivo ou negativo. “Quando analisamos ano a ano, com base em fechamentos semanais, conseguimos perceber mais claramente que em grande parte dos períodos essa correlação é alta, como é o esperado, e quais os anos que afetaram essa movimentação”, analisa.

Entendendo todos estes cenários e o quanto as variações das commodities complicam no câmbio e, segundo essa lei, dada as variações atuais, foi aplicado uma análise estatística por MQO (Mínimos Quadrados Ordinários), utilizando como base os períodos de menos estresse de variáveis externas, quando havia a maior correlação entre o CRB e o câmbio spot, chegando ao valor do dólar em R$3,31.

 

Fonte: Grupo Travelex Confidence