O Dia Nacional da Mata Atlântica, celebrado em 27 de maio, marca a importância desse ecossistema, uma das florestas mais ricas em biodiversidade do planeta e vítima de enorme devastação. Ainda pouco explorado de forma consciente, o bioma representa uma imensa oportunidade para promover o desenvolvimento com base não só em uma economia sustentável, como também verde e até mesmo regenerativa.
A cobertura original da floresta Atlântica ocupava 15% do território brasileiro, ao longo do litoral do país. Em sua extensão, vive hoje 70% da população do Brasil e são gerados 80% da produção econômica nacional. Com logística rodoviária e área privilegiada – condições inexistentes em outros ecossistemas –, a Mata Atlântica oferece a possiblidade de que, em poucas horas, investidores, clientes, funcionários e consumidores possam ver, a olho nu, o resultado do investimento em florestais tropicais, uma maneira fácil e ágil de expor esse legado para o Brasil e o mundo.
Um estudo recente da revista Nature chancela o bioma como prioritário para a restauração no mundo, dada a sua representatividade para a mitigação das mudanças climáticas e a conservação da biodiversidade. A Mata Atlântica integra um grupo de ecossistemas em que a restauração de 30% de suas áreas evitaria a extinção de 71% das espécies ameaçadas e sequestraria 49% do aumento total de carbono na atmosfera desde o período pré-industrial.
Infelizmente, restam apenas 12,4% da sua cobertura original. A Assembleia Geral das Nações Unidas declarou o período de 2021 a 2030 como a Década da Restauração de Ecossistemas, o que descortinou o déficit de áreas naturais no Brasil: 19,5 milhões de hectares. Somente na Mata Atlântica, são 6,8 milhões de hectares, o que representa 35% do total do déficit nacional, sendo quase 80% em áreas particulares, de acordo com dados da SOS Mata Atlântica.
A Amazônia e todos os outros biomas brasileiros trazem contribuições significativas quando se pensa em clima e biodiversidade. Contudo, o conjunto de oportunidades e benefícios da Mata Atlântica na corrida pela garantia do futuro, a torna a menina dos olhos do clima.
Na cesta de oportunidades do “mercado” Mata Atlântica, o Brasil tem o conhecimento necessário, tecnologia e governança para tornar o bioma uma referência, respeitando e aproveitando as suas potencialidades ambientais, que podem ainda contribuir para o aumento da resiliência das grandes cidades, como no caso da regulação em relação ao regime de chuvas. Entre os benefícios gerados pelos negócios com a floresta em pé estão geração de emprego e renda, contenção da emergência climática, diminuição do êxodo rural, valorização das culturas locais, fortalecimento econômico e autonomia de comunidades tradicionais.
Da Bahia a Santa Catarina, bons exemplos provam que esse “mercado” da floresta Atlântica é diverso, oportuno e lucrativo, com atividades que incluem, por exemplo, o uso sustentável da mata – com atividades como o ecoturismo –, a restauração de áreas degradadas com espécies da flora nativa e ainda um enorme potencial econômico do mercado de carbono, sendo que as oportunidades desse setor vêm ganhando impulso mundialmente.
O Vale do Ribeira, no Estado de São Paulo, é um celeiro desses bons exemplos. A região está inserida no maior e mais bem preservado território contínuo de Mata Atlântica do país e sabe aproveitar esse privilégio. Um dos cases positivos de atuação a partir da floresta em pé no Vale do Ribeira é o Legado das Águas, a maior reserva privada do ecossistema do país, gerida pela Reservas Votorantim.
O Legado combina conservação ambiental com a utilização de recursos naturais de forma sustentável, além de promover o desenvolvimento das comunidades da região. “Nosso modelo de negócios, que alia o uso responsável do território ao cumprimento de metas e reforça a estratégia ESG da Votorantim, já se provou viável, replicável e lucrativo”, comenta David Canassa, diretor da Reservas Votorantim.
O Legado das Águas é a maior reserva privada de Mata Atlântica do Brasil. Com área de 31 mil hectares divididos entre os municípios de Juquiá, Miracatu e Tapiraí, no Vale do Ribeira, no interior do estado de São Paulo, alia a proteção da floresta e o desenvolvimento de pesquisas científicas à atividades da nova economia, como a produção de plantas nativas e o ecoturismo. Foi fundado em 2012 pelas empresas CBA – Companhia Brasileira de Alumínio, Nexa, Votorantim Cimentos e Auren Energia.
É administrado pela Reservas Votorantim LTDA. e mantido pela Votorantim S.A, que, também em 2012, firmou um protocolo com o Governo do Estado de São Paulo para viabilizar a criação da Reserva e garantir a sua proteção.
Mais do que um escudo natural para o recurso hídrico, o Legado das Águas é um território raro e em estágio avançado de conservação, com a missão de estabelecer um novo modelo de área protegida privada, cujas atividades geram benefícios sociais, ambientais e econômicos de maneira sustentável. Saiba mais em pelo site do Legado das Águas.
Fonte: Guilherme Molina