Destinos de inverno favoritos dos brasileiros na América do Sul



Os resorts de inverno da América do Sul começam a flertar com o frio e a neve em peso. Ou melhor, em pesos! As estações de esqui dos Andes, as mais próximas do Brasil, nunca tiveram preços tão distantes dos praticados nas Montanhas Rochosas americanas e nos Alpes europeus.

Com destinos para todos os perfis, desde quem só quer ver neve e passear até aqueles que pretendem dar seus primeiros passos no esqui ou rasgar os picos nevados para senti-los em sua plenitude, a cordilheira sul-americana não deve nada às do Hemisfério Norte em beleza, adrenalina e badalação.

Se o viajante tem vontade de esquiar ou aprender snowboard, a boa é se programar para isso: reserve pelo menos 3 dias de sky pass, equipamentos e aulas (as coletivas são mais baratas).

Esquiar é fascinante! A seguir, conheça um pouco das oito estações mais queridas dos brasileiros que apreciam o lifestyle da montanha, se sentem em casa dentro de uma puffy jacket e não veem a hora dos lifts serem ligados.

Porque a neve já começou a cair! Em tempo: julho, o auge da temporada, é o período com maior movimento, tarifas mais altas e grande acúmulo de neve; junho e agosto, os meses intermediários; e setembro, o mais calmo, econômico e de clima incerto.

 - Argentina:

Bariloche

Brasiloche para os íntimos, nossa estação favorita na América do Sul descortina um cenário privilegiado, entre as montanhas e o Lago Nahuel Huapi, paisagem que a cidade enche de charme com restaurantes, chocolaterias, cervejarias e lojas transadas. Não à toa, seu après-ski (termo francês universalizado como a happy hour da montanha) é um dos mais badalados da Cordilheira dos Andes, embora atividades como tubing (divertido passatempo no qual se desliza com boias na neve) e os circuitos de esquibunda também garantam diversão para quem só quer zoar na neve. A montanha, aliás, fica a 20 km do centrinho e não seduz os esquiadores avançados, que precisam desviar dos numerosos neófitos do Cerro Catedral.   

Pra quem é: gente alheia ao esqui que curte destinos badalados de inverno sem preconceito, extraindo o melhor da curtição na montanha.

Temporada: 18 de junho ao fim de setembro (depende da neve)

Altitude (base): 1030 m

Altitude (topo): 2180 m

Área esquiável: 600 ha

Pistas iniciantes: 7%

Pistas intermediárias: 43%

Pistas avançadas: 37% 

Pistas experts: 13%

Acesso: há voos diretos de Buenos Aires para o Aeroporto de Bariloche, a 20 minutos do Centro

Chapelco(San Martín de Los Andes):

Dotada de boa infra de restaurantes, cafés e boutiques, San Martín de Los Andes ganha um charme extra nos casebres alpinos que adornam sua paisagem. Tamanha graça pode ter sido inspirada em seu centro de esqui, Chapelco, cercado de bosques de lengas (uma árvore típica) com os galhos enfeitados pela neve. Paradores de montanha com wi-fi, sistema de ski-pass automatizado e um novo lift quádruplo de alta velocidade começaram a modernizar a experiência dos esquiadores. Para quem está começando, as longas pistas beginners desobrigam os praticantes a ter de pegar os lifts a todo momento, um processo nem tão simples assim se você ainda está se habituando com as pesadas botas e duas tábuas da altura do seu ombro nos pés. Se preferir ver a neve de outro ângulo, os passeios de trenó, as caminhadas com snowshoes e os tours de snowmobile são diversão a beça.

Pra quem é: quem quer conhecer um belo destino na montanha nevada com feições de vila alpina e uma infra de pequena cidade 

Temporada: de 18 de junho a 1° de outubro

Altitude (base): 1250 m

Altitude (topo): 1980 m

Área esquiável: 140 ha

Pistas iniciantes: 12%

Pistas intermediárias: 25%

Pistas avançadas: 50%

Pistas experts: 13%

Acesso: Buenos Aires tem voos diretos para o Aeroporto de Chapelco, que fica a 42 km da estação e requer transfer

Las Leñas:

Isolada entre as montanhas, a estação é aclamada pelos esquiadores experts, que se refestelam nas áreas não demarcadas com neve virgem e nenhum trajeto predeterminado  – as famosas off-piste, ou fora de pista. A iluminação noturna de algumas descidas dentro do resort dá a dimensão do quanto os seus frequentadores são adeptos do esporte, o que não impediu Las Leñas de desenvolver um après-ski agitado, com restaurantes e um centrinho comercial. Consequência da altitude elevada e do tempo seco da montanha, a neve "powder", fina e leve, favorece também os aprendizes, que encontram ainda um bom staff de instrutores e uma pista quase plana de 1 km para evoluir nas técnicas. Fora dela, um parque com tubing, trenós e tirolesa diverte as crianças e os adultos sem maiores compromissos com a neve powder.

Pra quem é: perfis esportivos com pique para aproveitar a montanha e seu lifestyle dia e noite

Temporada: de 18 de junho a 3 de outubro

Altitude (base): 2250 m

Altitude (topo): 3430 m

Área esquiável: 230 ha

Pistas iniciantes: 8%

Pistas intermediárias: 23%

Pistas avançadas e experts: 69%

Acesso: de Buenos Aires partem voos diretos para o Aeroporto de Malargüe (a 80 km de Las Leñas), onde há serviços de transfer

Villa La Angostura:

Próxima a Bariloche no perímetro do Lago Nahuel Huapi, Villa La Angostura e sua montanha Cerro Bayo se posicionam com um perfil bem diferente da vizinha famosa, autodenominando-se uma “estação boutique”. Em 2013, a instalação de uma gôndola até o topo do cerro dobrou a área esquiável, criando a perspectiva de que a quase inexistência de filas deverá permanecer por muitos anos. Nesta temporada, a infra que já atende bem os esquiadores experientes ou iniciantes, ganhará um parque de snowboard para freestyle. Palco de uma prestigiada competição de snow polo e da semana Chef en Altura, que reúne renomados mestre-cucas argentinos, a pequena cidade ainda diverte os visitantes com circuitos de snowtubing e caminhadas com snowshoes.

Pra quem é: esquiadores em busca de uma vibe diferenciada mas sem badalação excessiva, porque, apesar do posicionamento exclusivista, toda o comércio interessante cabe na Avenida Los Arrayanes

Temporada: de 25 de junho a 25 de setembro

Altitude (base): 1050 m

Altitude (topo): 2000 m

Área esquiável: 460 ha

Pistas iniciantes: 20%

Pistas intermediárias: 28%

Pistas avançadas: 36%

Pistas experts: 16%

Acesso: o mais prático é voar de Buenos Aires para o Aeroporto de Bariloche, a 81 km, e seguir de lá com carro alugado ou transfer 

CHILE:

 Corralco:

A mais novata das estações sul-americanas, surgida há uma década dentro da Reserva Nacional Malalcahuello-Nalcas, começou a ganhar destaque só depois da abertura de sua primeira hospedagem. E é justamente em torno do Valle Corralco Hotel que o resort de esqui orbita. Neste ano, as novidades ultrapassaram os limites da estalagem com um snow park, utilizado pelos feras do freestyle, um tubing e o aperfeiçoamentos das pistas, que lambem as encostas do Vulcão Lonquimay. A infra compacta não deixa muitas opções de après-ski, e, talvez por isso, a estação se esmera em atender bem quem não sabe esquiar, dedicando aos iniciantes 31% de suas descidas.

Pra quem é: quem quer esquiar com conveniência sem precisar se deslocar muito

Temporada: 18 de junho a 15 de outubro

Altitude (base): 1480 m

Altitude (topo): 2870 m

Área esquiável: 500 ha

Pistas iniciantes: 31%

Pistas intermediárias: 14%

Pistas avançadas: 17%

Pistas experts: 38%

Acesso: de Santiago partem voos diretos para o Aeroporto La Araucanía, em Temuco (a 150 km de Corralco), onde há locadoras e serviços de transfer 

Portillo:

A combinação de montanhas nevadas com a Laguna del Inca compõe uma das mais lindas paisagens da cordilheira, e é de natureza que se trata a estação, já que não há sequer um centrinho com lojas, bares e restaurantes. Considerada a precursora dos resorts de esqui na América do Sul, a estância criada em 1949 não está entre as mais baratas dos Andes, mas devolve o investimento com neve e pistas de qualidade e uma escola de nível internacional. 

Pra quem é: praticantes de esportes e amantes da natureza

Temporada: de 18 de junho a 1° de outubro

Altitude (base): 2880 m

Altitude (topo): 3322 m

Área esquiável: 500 ha

Pistas iniciantes: 15%

Pistas intermediárias: 30%

Pistas avançadas: 30%

Pistas experts: 25%

Acesso: fica a 164 km de Santiago, ou cerca de 2 horas de transfer 

Termas de Chillán:

Afastada de Santiago, a estação beneficia-se das encostas do Vulcão Chillán, que demarcam suas pistas, e também da atividade vulcânica, responsável pelas águas termais que abastecem as piscinas aquecidas e o spa do Gran Hotel. No cenário, as descidas cortam bosques pertinho das árvores como em poucas montanhas de esqui da América do Sul, um deleite visual para a moçada das tabuinhas e do snow. A ampla área esquiável conta com um dos tracks mais longos do continente, com 13 km, e há bons programas de aprendizado para quem ainda está nas superfícies planas. Passeios de snowmobile ou de trenó puxado por cães, lanchonetes e um mercadinho, além das termas, são as distrações fora do esporte.

Pra quem é: esquiadores com apetite de montanha e famílias que queiram curtir o contraste entre a neve da cordilheira e as águas termais

Temporada: 23 de junho a setembro (a definir)

Altitude (base): 1650 m

Altitude (topo): 3320 m

Área esquiável: 1000 ha

Pistas iniciantes: 22%

Pistas intermediárias: 41%

Pistas avançadas: 31%

Pistas experts: 6%

Acesso: de Santiago partem voos diretos para o Aeroporto Carriel Sur, em Concepción (a 172 km de Termas de Chillán), onde há locadoras e serviços de transfer

Valle Nevado:

A pouco mais de 1 hora de Santiago, o resort é destino incidental de muitos brasileiros que nunca viram neve na vida. Mas o cenário coalhado de montanhas, o bom centro de esqui e a variedade de restaurantes, bares e lojas dão fôlego extra para esticar a estadia nos 2860 metros de altitude. Hot tubs, piscina aquecida ao ar livre, caminhadas com raquete na neve, passeios de trenó e um pequeno shopping distraem os visitantes fora das pistas, mas quem está dentro delas aproveita ainda mais. Integrada com as estações vizinhas de El Colorado e La Parva, Valle Nevado multiplica as possibilidades de descida. Instrutores fluentes em português, gôndolas fechadas com wi-fi e uma boa quantidade de máquinas para fabricar neve quando o tempo não colabora têm reflexos positivos na experiência de esquiadores iniciantes e avançados.

Pra quem é: quase qualquer público, dos turistas em Santiago que querem conhecer a neve aos esquiadores experts, passando pelos adeptos do lifestyle na montanha

Temporada: de 24 de junho a 22 de setembro

Altitude (base): 2860 m

Altitude (topo): 3670 m

Área esquiável: 900 ha

Pistas iniciantes: 10%

Pistas intermediárias: 36%

Pistas avançadas: 33%

Pistas experts: 21%

Acesso: embora fique só a 66 km de Santiago, a estrada sinuosa e escorregadia de inverno pede o serviço de um transfer.


Fonte: Mariia Morganti