Da roça à xícara fumegante, café agrega!

Muda de café, assim que desponta da terra, são duas folhinhas. No Sul de Minas, são chamadas de "orelha de onça". Delicadas, pedem mãos dedicadas de homens e mulheres engajados na evolução saudável da lavoura.

Mãos que transplantam, replantam, adubam, desbrotam, carpem, podam e colhem os grãos, quando maduros. Secam, limpam, ensacam, torram e embalam para o consumidor final. Quantos negócios acontecem, depois de um prosaico vamos tomar um café comigo...

Originária do oeste africano, o nome café tem origem árabe. Planta era conhecida como Kaweh e a bebida Kahwah, que significa força. Já no Brasil, origem do café encontra-se no século XVIII. As primeiras mudas foram plantadas nos idos de 1720, na província do Pará.

Rapidamente, percebeu-se que não era o clima mais propício para a adaptação e cultivo. Minas, São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná tornaram-se referência. Não por acaso, entre 1800 e 1930, o café pautou a economia do país. Atraiu migrantes europeus, especialmente italianos. E sustentou o surgimento dos lendários barões do café.

Na antessala da Forcafé, que se realiza em Lambari (MG) entre 26 a 28 de Abril, enquanto realizador do evento por meio da Proma Feiras, inevitável refletir sobre a presença do café na vida da gente. Por um lado, a evolução formidável dessa atividade econômica, que se reinventa por meio de tecnologia, aprimoramento genético e elevação da produtividade.

Por outro, a presença relevante do café na nossa gastronomia – de manhã, à tarde e à noite. O grande Manoel Bandeira, no seu poema Locomotiva, eternizou: “Café com pão/Café com pão/Café com pão. Virge Maria! Que foi isto, maquinista?” No caso, é uma onomatopeia do som do trem de ferro a vapor... que ficou entranhado no subsolo da gente.

Impressionante o trabalho dos pesquisadores, mestres torradores, baristas e degustadores. Tecnologia de rastreamento, que vai do tipo de solo e localização geográfica do cafeeiro e certifica a bebida pura de origem. Tudo para proporcionar o prazer singular de servir e sorver um café reconfortante.

Aos leitores dessa breve conversa sobre nosso companheiro, que nos oferece olor e sabor, um convite irrecusável: vamos tomar um café?



Fonte: José Roberto Sevieri - fundador e CEO da Proma Feiras