O investidor deve evitar ações na carteira em anos eleitorais?



No ano de 2022, devido às eleições, o cenário dos investimentos poderá ser marcado por momentos de “estresse”, em que muitas vezes a emoção dos investidores acaba se destacando, causando alta volatilidade no mercado e, inevitavelmente, um medo até excessivo.

Os períodos eleitorais são considerados de tensão para o mercado, neles o investidor tende a se preocupar mais. Em momentos como esses, de maior volatilidade, é comum que a carteira se desequilibre, e por isso, um ponto essencial é rever o perfil do investidor, para estar alinhado com o propósito de investimento. Outro ponto importante é a diversificação, pois ela traz saúde financeira para a carteira, além de reduzir o risco a rentabilidade tende a ser maior.


- É bom investir em ações em anos eleitorais?

O mercado de ações, por exemplo, para quem é investidor há algum tempo, sabe que qualquer notícia, seja ela econômica, política ou até mesmo de saúde - temática com alta frequência atualmente, traz oscilação no curto prazo, aumenta significativamente os riscos, resultando na mudança de humor dos investidores a cada atualização que atinja diretamente o mercado financeiro.

Ao ter aplicações em renda variável em períodos mais voláteis, é importante ficar atento a alguns pontos. O primeiro passo é fazer a seguinte pergunta “porque e para que estou investindo?

Parece clichê, mas se o investidor sabe responder essa pergunta, o assessor de investimentos consegue ajudar a escolher as melhores opções de aplicações para aquele momento. Além disso, nem sempre o mercado de ações é ideal para um determinado perfil de cliente.

Imagine a seguinte situação: caso um investidor decida investir parte do seu patrimônio para fazer uma viagem no final do ano de 2022, será que é correto investir em ações? Obviamente não, visto que será um ano de alta volatilidade.

Agora, se há um outro investidor, que possui pensamento de longo prazo (10 anos), talvez até mesmo em anos eleitorais é possível se beneficiar da alta volatilidade do período, dando oportunidade de comprar ações com preços mais atraentes.

Sobre os dois casos é possível identificar uma diferença: o investidor de longo prazo pode suportar o movimento de “sobe e desce” dos períodos de mais “estresse”, tendo em mente os reais fundamentos das ações das empresas que comprou. Com isso, podemos inferir que o seu perfil de investidor está adequado para esse tipo de aplicação, e por isso, não há motivos para pânico.

Atualmente, o mercado está com uma previsão de que virão mais altas nos juros para conter a inflação. No ambiente da renda variável quem sofre mais com este cenário são as empresas varejistas, abaixo, confira o desempenho que as principais empresas, deste setor na B3, apresentaram em 2021:

- Magazine Luiza (MGLU3): -71,04%

- Via (VIIA3) - antiga Via Varejo: -67,51%

- Pão de Açúcar: -62,77%

- Americanas (AMER3): -58,23%

Com juros altos, o intuito é diminuir o consumo, logo quem está diretamente ligado a isso tende a sofrer um pouco mais, no caso as ações varejistas.

- A renda fixa ganha espaço em períodos eleitorais?

Atualmente, podemos observar a taxa Selic, por exemplo, que subiu de 2% para 9,25% a.a, e pode ultrapassar os dois dígitos já em fevereiro - a expectativa do mercado é que ela aumente para 11% a.a, até final do ano.

Portanto, o investidor pode se beneficiar sim da renda fixa nesse período mais conturbado do mercado. Novas emissões estão remunerando no mínimo 100% do CDI, isso significa, aos valores de hoje, 9,25% a.a., bruto de IR, retorno este que não vemos há bastante tempo no mercado, principalmente quando levado em conta o menor risco que essa categoria possui.

                                    

Fonte: Luan Nardi é assessor de investimentos da iHUB Investimentos