As transformações que a sociedade vem vivendo ao longo dos anos se manifestam de várias formas. Com isso, os mercados financeiro, econômico e empresarial, são fundamentais para o desenvolvimento dos países e das pessoas, também sentem essas mudanças, que muitas vezes vêm acompanhadas de cobranças sociais às corporações, principalmente sobre as ações e práticas desses negócios.
Muitas situações e acontecimentos estão sendo debatidos em busca de transformações rápidas, como foi o caso da COP26 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021), um encontro mundial de extrema relevância, que ocorreu - neste mês - em Glasgow, na Escócia. Líderes, governantes e, principalmente, representantes do setor privado - de aproximadamente 200 países - se encontraram com o objetivo de discutir temas sobre a mudança climática, acelerar as ações estabelecidas pelo Acordo de Paris e definir metas concretas para um futuro mais sustentável, resiliente e com redução na emissão de carbono.
Nesse sentido, trazemos a discussão do conceito ‘ESG’, que se trata de uma
sigla em inglês que pode ser entendida como ‘melhores práticas ambientais,
sociais e de governança’. O ESG é uma métrica que indica boas práticas por
parte das empresas e que devem tornar o negócio cada vez mais sustentável em
suas ações. Ações essas que podem ser voltadas tanto para a proteção e
preservação do meio ambiente, como atitudes focadas no social, visando mais
inclusão e diversidade nas escolhas de liderança e governança corporativa.
Com os desastres naturais aumentando e os estudos científicos comprovando que a
cada dia é mais difícil recuperar a situação ambiental do planeta, um novo
comportamento vem sendo observado. Uma característica do Século XXI, muito
comum em pessoas jovens é a eco ansiedade. Mesmo ainda não sendo considerada
uma doença, a grande preocupação com a situação climática e de degradação da
terra tem ocasionado transtornos mentais e psicológicos nas pessoas. A American
Psychology Association (APA) descreveu o novo comportamento como um ‘medo
crônico de sofrer um cataclismo ambiental que ocorre ao observar o impacto,
aparentemente irrevogável, das mudanças climáticas’, o que acaba gerando uma
forte preocupação com o próprio futuro e o das próximas gerações, provocando a
eco ansiedade.
Algumas Leis e Estatutos foram estabelecidos ao longo dos anos a fim de fazer
algumas reparações históricas e proporcionar menos exclusão e segregação no
mercado de trabalho. Mas, mesmo com a Lei da Inclusão e o Estatuto da Igualdade
Racial, sabemos que ainda há uma longa jornada a ser percorrida até atingirmos
um pouco mais de equidade empresarial. Por isso é tão importante falar sobre
ESG, mas principalmente aplicá-lo nas ações dos negócios como um todo. A
agência em que sou COO, além de executar as práticas de ESG em ações internas,
está sempre expandindo esses índices aos clientes, que cada vez mais
compreendem a importância deste conceito e ficam satisfeitos de entregar ao
público ações mais inclusivas, sustentáveis e com respeito à diversidade.
Mas, será que o ESG é para a minha empresa? Como posso começar? As ações que
utilizam o ESG podem ocorrer desde pequenas intervenções e atitudes, até em
práticas maiores como investimentos e definição de novas metas. Observe o que está
acontecendo em volta, o momento do seu negócio, o que está ocorrendo no mundo.
Que recurso você, enquanto liderança, tem nas mãos que pode transformar essa
situação? Se a sua empresa faz uma campanha, por que não pensar em pessoas com
perfis representativos para estampar a ação como pessoas pretas ou
transsexuais? É uma forma simples e que contribui fortemente com o objetivo de
inclusão desta meta.
Quando a empresa já é conectada com uma meta presente no ESG, como a Suvinil,
um dos clientes que atendemos na agência, podemos explorar essa prática com
mais evidência. Eleita a mais sustentável do Brasil pelo Guia Exame de
Sustentabilidade 2019, a empresa já traz o pilar da sustentabilidade em suas
ações, então nós executamos práticas nos eventos e projetos deles pensando
sempre no impacto ambiental, desde uma produção focada em sustentabilidade, até
o descarte dos resíduos. Em 2019, inclusive, produzimos um evento para a
Suvinil que foi totalmente zero lixo.
Conforme as empresas vão compreendendo cada vez mais o conceito e importância
do ESG, ele vai se expandindo, e devagar vai ganhando o devido reconhecimento.
Stands que produzimos para a IBM, no CIAB FEBRABAN, foram premiados por possuir
acessibilidade para diversos perfis de pessoas, tanto no acesso ao espaço
físico, como nos conteúdos oferecidos durante o evento. Além disso, a
sustentabilidade também esteve muito presente com o uso da economia circular e
materiais sustentáveis utilizados na estrutura. Também pensamos muito no
descarte dos resíduos pós-eventos.
Os principais investidores da tecnologia mundial já apostam em ações
ecologicamente corretas, a escolha pela energia renovável é uma das favoritas.
Você não precisa começar com grandes ações logo de início, comece pelo básico:
meça os índices de sustentabilidade, diversidade e inclusão que há dentro do
seu negócio.
Como são suas equipes de trabalho? Quais os pré-requisitos que a sua
empresa leva em consideração na hora das contratações? Vocês estão incluindo as
minorias? Como é o processo de produção dos seus serviços? Quem são seus
fornecedores? Você tem certeza de que não compra de quem apoia o trabalho
escravo ou faz descartes nos mares? Com pequenos questionamentos vamos
investigando e entendendo onde precisamos mudar e como podemos começar. As
métricas de ESG são fortes aliadas para realizarmos no mundo as transformações que ele necessita e,
quem sabe, caminhar com as reparações históricas da nossa construção.
Fonte: Renata Ankowski - COO na MCM
Brand Experience ,formada em Administração de Empresas, pós-graduada pela
PUC-AR e especialista em gestão de projetos pela ESPM, PMO Agile, Design
Thinking e Service Design, atua há mais de 14 anos com grandes multinacionais
em diversas áreas, aplicando gestão estratégica.
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