Ômicron desafia retoma do turismo internacional

                                     


Passada a fase mais crítica da pandemia de Covid-19, as portas do mundo estavam reabrindo quando, de forma súbita, a variante Ômicron virou notícia em novembro. Em uma tentativa de reverter as decisões de diversos governos que optaram por restringir ou interromper a retomada das viagens, a Iata (Associação Internacional de Transportes Aéreos) veio a público para destacar uma recomendação da OMS (Organização Mundial de Saúde). Segundo o texto, “a proibição geral das viagens não impedirá a disseminação internacional e representa um fardo aos meios de subsistência do setor”.

Na última semana, por exemplo, a França anunciou que vai proibir as viagens não essenciais para o Reino Unido por conta da nova variante. A decisão do governo francês representa um golpe contra as viagens de negócios entre os dois países e para o segmento de viagens corporativas como um todo.

A recomendação, por parte da Iata, de que os governos suspendam as restrições de viagens decorrentes do surgimento da Ômicron é positiva. É preciso considerar que a grande maioria da população está vacinada e, como diz a OMS, decisões, como a da França, de restringir as viagens gera impactos negativos para a indústria e só desacelera a retomada da indústria do turismo.

Com efeito, o impacto econômico do setor em 2020, primeiro ano da pandemia, gerou uma baixa de US$ 94 bilhões (R$ 533,81 bilhões) apenas no PIB (Produto Interno Bruto) da América Latina e Caribe, de acordo com indicativos da Iata.

No Brasil, o setor sofreu um prejuízo de R$ 453 bilhões em atividades turísticas desde março do ano passado até outubro deste ano, conforme dados da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo).


Como ficam as viagens corporativas?

O surgimento da nova variante e as novas restrições já têm impactado as viagens empresariais ao exterior.

Desde março de 2020, as viagens internacionais não se recuperaram e, com essa nova incerteza, a tendência é de queda. Já as viagens nacionais, em nossa análise, ultrapassaram o período pré-pandemia, razão pela qual acreditamos que essa variante não terá impacto de curto prazo para as viagens domésticas.

Para as viagens corporativas, neste contexto de pandemia, com o avanço da vacinação e o surgimento de novas variantes, torna-se importante a adoção de programas de monitoramento para facilitar a identificação do colaborador e de planos de duty of care.

Por mais que a viagem seja programada e bem planejada, existem imprevistos que podem ocorrer durante o percurso”, afirma. Dessa forma, caso o viajante tenha qualquer problema, a empresa consegue ajudá-lo, abrindo um plano de risco para resolver a situação. Com cuidados básicos, acreditamos que o segmento de viagens corporativas pode, e deve, retomar.

 

Fonte: Leonardo Bastos, é CEO na Kennedy Viagens Corporativas