Perspectivas e os desafios da economia sustentável


2021 foi o ano da COP26, que resultou em compromissos, como a redução de emissões de carbono, além de reforçar a importância da atuação do setor privado na agenda climática. Também foi o ano que possibilitou o boom do ESG (Ambiental, Social e Governança), extrapolando as colunas econômicas das mídias de comunicação, potencializando os ganhos econômicos para empresas atentas à Sustentabilidade. 

No ano que se inicia, além da expectativa de tirar do papel os acordos assumidos e a intensificação dos temas relacionados à sustentabilidade, seguem algumas tendências que valem a pena serem acompanhadas:

• Consolidação do ESG: a sigla que em português é traduzida em Ambiental, Social e Governança foi a campeã da mídia nesse ano, quase todo meio de comunicação no Brasil e no mundo publicou em média mais que dois artigos ou reportagens diárias sobre o tema. Em 2022, o termo deve ganhar força, mas sobretudo amadurecer, separando o puro marketing das ações genuínas e sistêmicas, que visam efetivamente a melhorias ambientais e sociais e que refletem efetivamente o propósito das empresas que são responsáveis. As organizações devem ser muito cuidadosas nesse quesito, pois será a hora de separar o joio do trigo.

• Inovação na sustentabilidade, juntos: em linha com o tópico anterior e seguindo uma tendência que foi intensificada nos últimos anos, nos próximos 12 meses, a tecnologia estará mais atrelada ao ESG, proporcionando maiores controles, acompanhamento e gerando benefícios para as empresas e a sociedade. As organizações devem procurar soluções novas para tornar suas práticas sustentáveis exequíveis social, ambiental e economicamente, de forma a consolidar sua posição verde competitiva. A chegada do 5G, que se avizinha, ajudará muito na coleta e no tratamento de dados em tempo real, por exemplo.

• Rio+30: o evento que ocorrerá em 16 e 17 de julho do próximo ano, reunirá, novamente no Rio de Janeiro, diversos líderes mundiais, que tratarão do papel dos centros urbanos nas mudanças climáticas. A expectativa é que, 30 anos após a Rio 92 e com os bons fluidos da COP26, apresente-se ações práticas e exequíveis, que atendam às necessidades ambientais, sociais e de geração de riquezas para indivíduos, empresas, comunidades e nações.

Resumindo, 2022 tende a ser um ano interessante no que diz respeito à sustentabilidade, visto que estamos aprendendo e amadurecendo com as discussões e, sobretudo, com o conhecimento que está sendo criado devido às atuações de governos e empresas, na busca do atendimento das expectativas da população como um todo, na construção de um mundo melhor para nós e para as gerações futuras.


Fonte: Alaercio Nicoletti Junior - professor da Escola de Engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, coordenador do curso de pós-graduação Engenharia de Sustentabilidade no Mackenzie e Gerente de Sustentabilidade do Grupo Petrópolis.