Sistema de crédito dos EUA segue pontuação semelhante à Serasa


O sistema de concessão de crédito nos Estados Unidos segue um modelo semelhante ao adotado pela Serasa Experian no Brasil. Lá, cada cidadão possui uma pontuação chamada de credit score, definida pela análise de quão saudável é a vida financeira de cada indivíduo, como manter as contas em dia e não gerar problemas para credores. A partir da análise desses pontos serão definidas as taxas de juros que devem ser pagas durante cada subvenção financeira.

Se você acabou de tirar seu Green Card e chegar aos EUA, sua pontuação vai estar entre 630 e 650. Pode até parecer um bom número, mas esse sistema também leva em conta o histórico de crédito. Ou seja, o tempo em que você está com aquela pontuação. Com esse credit history zerado, as taxas podem chegar a 20% ao ano.

Em um carro 0km, a taxa de juros para uma pessoa que tem o credit score excelente pode variar de 1,6 a 4% ao ano. Já em um carro usado, quem tem um número de pontos considerado bom irá pagar entre 3 e 6% de juros ao ano.

Um credit score excelente pode variar entre 760 e 850 pontos, e eu conheço apenas três pessoas com essa pontuação. É muito difícil você chegar em 850, mesmo que você pague tudo em dia por muito tempo, porque tem uma série de fatores que impactam esse número.

Realizei algumas simulações de financiamento de um carro usado em uma concessionária americana. Com o score excelente e parcelando o carro em 36 vezes após uma entrada de U$ 30.000,00, obtivemos uma taxa de juros de 2,99% ao ano. Enquanto um score tido como ‘bom’, praticamente dobra a taxa, subindo para 8% ao ano. E isso acontece novamente com a pontuação considerada ‘fair/justa’, que eleva a taxa de juros para 18% ao ano. Isso dá, em média, U$ 300 a mais por mês, somando quase 10 mil dólares ao final do pagamento.

Possivelmente, quando você chegar aos Estados Unidos e não tiver um credit history, o seu nível de pontuação vai ser ‘fair’. Ou seja, quando as pessoas chegam aqui, elas vão pagar caro mesmo que não tenham nada que as desabone no credit score. É importante as pessoas entenderem isso.

Fonte: Daniel Toledo - advogado da Toledo e Advogados Associados especializado em Direito Internacional, consultor de negócios internacionais, palestrante e sócio da LeeToledo PLLC.