Como trabalhar Inovação Social e Ambiental em empresas?


Durante séculos, o paradigma básico da atividade econômica foi pessoas e empresas buscando exclusivamente o lucro. Contudo, a realidade do século 21 exigiu uma mudança de pensamento e prática. Seja por pressão social, por regulações de mercado ou por iniciativa voluntária das empresas, vêm crescendo os investimentos em ESG (sigla em inglês que significa Ambiental, Social e de Governança). 

Em nível global, eles já superam 30 trilhões de dólares. Além disso, empresas com fortes práticas em ESG tendem a ter impactos positivos em seus resultados financeiros, especialmente no médio e longo prazo.

"O segredo, agora, é saber conciliar inovação e sustentabilidade para alavancar os resultados das empresas nestes quesitos", explica Matheus Steffen, consultor de Inovação Corporativa na Semente Negócios, empresa de educação empreendedora. 

Passo a passo para ajudar organizações que buscam maneiras disruptivas de entrar no mundo de ESG:

1 - Comece pelas lideranças:

É muito difícil que a empresa consiga levar adiante ações de inovação e sustentabilidade sem que as lideranças estejam verdadeiramente engajadas com esta temática. Portanto, é importante que as pessoas em posição executiva comprem a ideia e a transmitam aos demais níveis hierárquicos da companhia. 

"Além de transmitir a ideia às demais pessoas da empresa, os líderes serão os responsáveis finais pela efetiva governança da empresa. Portanto, é fundamental que tenham o conhecimento, o engajamento e a capacidade para lidar com esta temática", explica o consultor.

2 - Olhe para os processos:

O sonho de toda empresa que se preocupa com indicadores ESG é criar um produto que, ao mesmo tempo em que dá lucro, gera externalidades positivas. Um exemplo disso é a Bolsa Térmica Natural da Mercur, produto que contribui para a proteção do meio ambiente, para o desenvolvimento de comunidades locais e para o bottom line da empresa.

Mas nem sempre é possível desenvolver produtos ou serviços inovadores a ponto de trazerem externalidades positivas como a Mercur. Na maioria dos casos, os ganhos em ESG vêm de melhorias nos processos produtivos: reduções na utilização de insumos como energia e água, otimização de rotas logísticas que permitam economias de combustível, otimização de processos para reduzir desperdícios, etc.

Estas inovações muitas vezes são propostas por pessoas de dentro da própria empresa, e uma maneira de fomentar isso é com programas de intraempreendedorismo. Desta maneira, é possível alavancar os talentos internos da empresa, ao mesmo tempo em que se aprofunda a cultura de inovação.

3 - Mensure cada vez melhor:

Quando se trata de inovar para tornar-se mais sustentável, é preciso entender profundamente os inputs e outputs da empresa, para identificar as principais oportunidades de redução de impactos socioambientais negativos e custos financeiros.

Uma das maiores dificuldades de quem investe em ESG é justamente a credibilidade e a não padronização dos indicadores apresentados pelas empresas. Portanto, para Matheus, investir tempo para construir bons indicadores e mensurá-los de forma consistente poderá ser um grande diferencial da empresa na hora de buscar este tipo de investimento.

O caminho para a excelência em ESG é longo e complexo, porém os resultados valem o esforço. "Não é mais possível ignorar os impactos sociais e ambientais das atividades econômicas. Se a empresa ainda não se preocupa com estes assuntos, cedo ou tarde as pressões de consumidores, investidores, governos e, até mesmo outras empresas, irão forçar uma mudança. Estrategicamente faz mais sentido antecipar-se a estas demandas e adotar uma postura proativa - até porque existem aqui grandes oportunidades de ganhos financeiros para as empresas", pontua Matheus Steffen.

Fonte: Semente Negócios / Marina Morelli