Na era do propósito, a reputação é a nova moeda


O capitalismo mudou. Esse fato é facilmente perceptível ao analisar a sua principal e mais charmosa representante: a publicidade. É cada vez mais comum as marcas incluírem em suas comunicações mensagens que tragam o propósito da marca e que empoderem seus consumidores. 

Muitas vezes, o esforço para fazer com que esse propósito pareça autêntico é tão grande, que fica até difícil de entender qual produto está sendo promovido para a venda.

Assim, vivemos a era do propósito. Toda marca tem uma mensagem para passar aos seus consumidores. Todas querem comunicar que, ao comprarem seus produtos, os clientes estarão fazendo parte de algo maior. 

Algo que está mudando, ou ajudando, a mudar o mundo. Entretanto, nesse mar de empresas fazendo a mesma coisa, fica fácil fazer de uma mensagem de propósito forte se transformar em algo banal.

Falar que é uma empresa que se preocupa com ESG, por exemplo, se tornou algo tão batido quanto uma planilha no Excel no mundo corporativo. Entretanto, quantas são as empresas que realmente tem em suas pautas do dia temas relacionados ao meio ambiente, questões sociais ou de governança? E por mais que a sua empresa realmente se preocupe e invista nesses setores, como sair da banalidade imposta pela concorrência?

Neste cenário, um ativo muitas vezes esquecido pela alta gestão ganha cada vez mais relevância: a reputação. Porém, a percepção simplista de que reputação é algo intangível ou que só dará frutos a longo prazo acaba sendo um empecilho para as empresas. 

Segundo a pesquisa In Brand We Trust, 81% dos consumidores compram apenas de marcas em que confiam. Quando olhamos para o mercado brasileiro, esse número chega a 91%. Ou seja, apenas fazer um comercial emocionante sobre algum tema sem realmente investir na ação e, consequentemente, conquistar uma reputação positiva, de nada vale às marcas.

Além disso, uma reputação sólida e autêntica ajuda as empresas não só a terem maior longevidade em um mercado selvagem como o que vivemos. Prova disso é o fato de 77% poderem desaparecer do mundo se sequer serem notadas pelos consumidores, dado revelado pelo estudo Havas Meaningful Brands.

Assim, para se adaptar às mudanças do mercado, as empresas precisam usar sua credibilidade como principal ativo, entendendo que apenas marcas relevantes deixam seu legado no mundo. 

A reputação é a nova moeda e apenas um posicionamento verdadeiro ao longo do tempo poderá criar negócios sustentáveis e escaláveis, que entreguem mais do que um produto ou serviço, mas que vendam propósito e engaje seus clientes em sua jornada de crescimento.


Fonte: Silas Colombo é jornalista, empresário e CCO e fundador da MOTIM