Finados : qual é o tempo normal de duração do luto?



O luto está mais presente no dia a dia da sociedade, desde a chegada da Covid-19, e é uma etapa normal e esperada após a morte de pessoas próximas. Mas quanto tempo o luto deve durar?

Segundo a coordenadora do curso de Psicologia da Faculdade Anhanguera, Cláudia Freitas, é normal sentir-se mal, triste, confuso e revoltado diante de uma situação de perda. "Não existe um tempo limite para esse processo, o luto é uma vivência subjetiva muito intensa, e cada pessoa experimenta isso de uma forma muito particular. 

Quando esse sofrimento se torna muito intenso e atrapalha a vida diária das pessoas, quando perdura por um tempo muito longo e os sentimentos negativos não diminuem, causando dificuldades para retomar as atividades, pode se tratar de um caso de luto patológico e, nesse caso, é aconselhável buscar ajuda profissional", explica.

Em todos os casos, a psicóloga recomenda dar um tempo a si mesmo para internalizar tudo que aconteceu e buscar uma rede de apoio para encarar os momentos tristes, além de não ignorar a dor. "Uma pessoa em processo de luto enfrenta uma variedade de sentimentos, entre eles a tristeza, a solidão e a raiva, e tende a querer ficar sozinha. Nessa etapa, é importante se respeitar, mas também é indicado que procure estar perto de amigos e familiares. Além de tentar praticar atividades normais, principalmente exercícios físicos e hobbies prazerosos e manter uma rotina de vida diária", aconselha.

Uma alternativa para lidar com o luto é a psicoterapia, que pode ser uma saída para que as pessoas consigam enfrentar a situação da melhor maneira possível, entendendo que dicas sem embasamento teórico podem não ajudar. "Tem sido cada vez mais comum as pessoas negligenciarem as questões emocionais, por falta de tempo, mas elas são tão importantes quanto os aspectos físicos de nosso organismo", destaca a profissional. "Principalmente em situações atípicas como a pandemia, é essencial que estejamos preparados para lidar com as dificuldades apresentadas em nossa rotina", explica.

Cláudia ressalta que as formas de lidar com o luto dependem de valores culturais, econômicos e sociais e que as redes sociais também podem afetar na forma de lidar com a situação. "O aumento da conectividade leva as pessoas a realizarem comparações com os outros, tanto em relação aos aspectos positivos da vida, com no que se refere às dores. Esse tipo de comportamento acaba aumentando ainda mais as incertezas e, consequentemente, os sentimentos negativos", conclui.


Fonte: Faculdade Anhanguera