Como o segmento joalheiro no Brasil tem empregado a Sustentabilidade?



O Brasil configura entre os 15 maiores produtores de joias, com um total de 22 toneladas de peças criadas e comercializadas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM). O país se destaca tanto nos processos de produção, com design e criatividade, como na qualidade dos produtos. Isso vem permitindo ao Brasil concorrer em condições de igualdade com nações de muita tradição no setor de joias, como Itália, Tailândia e Índia.

Um setor em franca expansão e crescimento precisa ter um olhar de responsabilidade com os impactos causados durante todo o processo de elaboração e fabricação de uma joia. Cada vez mais, os consumidores estão atentos e interessados por empresas que tenham em seu planejamento estratégico a preocupação com o meio ambiente e seus impactos na sociedade.

Uma recente pesquisa do IBM Institute for Business Value feita com mais de 14 mil consumidores em nove países, incluindo o Brasil, apontou que, no país, 66% dos entrevistados disseram estar dispostos a mudar seu comportamento de compra para ajudar a reduzir o impacto negativo no meio ambiente.

Da mesma forma, no mercado de joias, o modo como as joias são feitas, a origem dos metais, das pedras e como tudo isso se reflete nas pessoas e no meio ambiente podem influenciar as decisões de compra. Além disso, a agenda ESG "environmental, social and governance" (ambiental, social e governança, em português), usada para medir as práticas ambientais, sociais e de governança de uma empresa está entre os principais temas debatidos no Brasil e no mundo por empresas de diferentes tamanhos e segmentos.

Segundo uma pesquisa da KPMG, que ouviu 75 mil consumidores de 12 países, o ESG também influencia nas decisões de compras dos brasileiros. A pesquisa registrou um aumento de 9% de brasileiros entre os mais preocupados com os aspectos socioambientais das empresas.

Cada vez mais consciente de seu papel na sociedade, a indústria de joias tem aprimorado seus processos produtivos, sua relação com fornecedores e criado associações, protocolos e certificados que asseguram uma atuação de longo prazo mais sustentável. Mas como isso tem sido adotado?

Uma importante ferramenta de governança e compliance encontrada por joalherias, com maior responsabilidade em sua rede de fornecimento, são as auditorias de responsabilidade social, ambiental e ética que visam promover o desenvolvimento do setor por meio de protocolos reconhecidos internacionalmente.

Outro fator primordial quando falamos em sustentabilidade no mercado de joias é o cuidado com a origem da matéria-prima. Ao avaliar as condições em que esse produto foi extraído, as empresas incentivam a ética, a proteção ao meio ambiente e a sociedade, criando condições de trabalho mais justas.

Atualmente, o principal certificado para procedência de diamantes existente no mercado é o Processo Kimberley, coordenado internacionalmente por uma organização denominada Kimberley Process, representada no Brasil pela ANM (Agência Nacional de Mineração). É por meio desse certificado que é possível evitar produções, comercializações e uso ilegal de diamantes.

Outras importantes ações também têm ajudado a fortalecer o mercado de joias e a consolidar as iniciativas que apoiam a sustentabilidade. Para assegurar que toda forma de mineração seja feita de maneira correta, com respeito às comunidades locais, trabalhadores e meio ambiente, foi criada a IRMA (Initiative for Responsible Mining Assurance), uma comunidade global, que engaja mineradoras, indústrias, entidades setoriais, organizações não governamentais e sociedade civil em boas práticas e na responsabilidade compartilhada na cadeia produtiva.

Atenta ao desenvolvimento e à responsabilidade em relação à sua cadeia de fornecimento, a Vivara é a única joalheria a fazer parte da IRMA na América do Sul e a única empresa do setor no Brasil a estar no Responsible Jewellery Council, uma organização sem fins lucrativos com o objetivo de promover a produção e comercialização de joias de forma justa e ética em todo o mundo.

A sustentabilidade tem atuação transversal dentro da companhia, que conta com um código de conduta para fornecedores e cuidados sobre a origem da matéria-prima, garantindo que toda operação e extração de metais preciosos, como o ouro e a prata, sejam feitas de forma correta e justa para as pessoas e o meio ambiente.


- Por uma cadeia mais sustentável:

Prezar por ações que reduzam o impacto ambiental está entre as práticas em constante evolução dentro da Vivara. Como o ouro tem a característica de ter um ciclo infinito, uma joia pode ser derretida para a criação de outra peça. Assim, é possível uma nova produção sem extração do material.

Durante a Semana Ouro, momento no qual a empresa incentiva as pessoas a trazerem suas joias em desuso para serem trocadas por peças Vivara, a companhia dá um acréscimo de 15% nas joias em desuso para incentivar a circularidade do material. Ainda há o incentivo de upgrade de peças com diamante para uma peça de maior valor. Os antigos diamantes são retirados para a produção de outras peças, realizando a criação de uma nova joia sem a necessidade de extração do material.

É possível observar que existem iniciativas robustas sendo realizadas, mas ainda há muito a ser feito para garantir que o setor de joias atue de maneira sustentável perante o meio ambiente e em relação às comunidades.

Ao adotar esse conjunto de processos que abrange os pilares social, ambiental e de governança na fabricação das peças, além de unir seus valores e propósitos com as joias que produz, a Vivara incentiva práticas responsáveis em toda a cadeia e contribui para um legado sustentável e duradouro para as próximas gerações.


                                                          

Fonte: Otavio Lyra é CFO (Chief Financial Officer) da Vivara