Relatório do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas), da ONU reforça importância de conservar o que ainda resta de floresta na Amazônia e, para isso, Áreas Protegidas precisam de proteção real
Não é novidade que os danos causados ao meio ambiente resultam em mudanças climáticas que têm sido cada vez mais drásticas. Mas o novo relatório divulgado pelo IPCC, revela que a luta contra o tempo está ainda mais agressiva. Apesar de as emissões de CO2 terem dobrado nos últimos 60 anos, florestas, solos e oceanos absorveram 56% de toda essa emissão.
Isso significa que o planeta seria um lugar bem mais quente e hostil do que é agora, não fosse a ajuda da natureza. O problema é que a humanidade não está conseguindo combater a destruição do meio ambiente e ele pode entrar em colapso antes do que se imaginava.
O alerta vermelho é acionado para o problema do desmatamento na Amazônia e, no entanto, esses índices seguem batendo recordes históricos.
O alerta vermelho é acionado para o problema do desmatamento na Amazônia e, no entanto, esses índices seguem batendo recordes históricos.
“Precisamos entender, de uma vez por todas, que quando uma pessoa invade e desmata, o impacto se dá em toda a humanidada”, afirma Fabiana Prado, coordenadora do projeto LIRA - Legado Integrado da Região Amazônica, iniciativa do IPÊ - Instituto de Pesquisas Ecológicas.
Segundo Fabiana, a flexibilidade na fiscalização está ameaçando até as Áreas Protegidas, que ainda conseguem manter níveis bem mais baixos de desmatamento se comparadas com as outras áreas.
"A criação das áreas protegidas - as unidades de conservação e as terras indígenas -, é uma estratégia significativa para garantir o futuro da Amazônia – e por consequência, da biodiversidade", afirma.
No entanto, é preciso gerir, monitorar e avaliar esses espaços de forma eficiente, o que significa cumprir os objetivos de criação das áreas protegidas, manter a biodiversidade, as culturas e das comunidades locais e tradicionais além de contribuir com serviços ecossistêmicos para minimizar os efeitos das mudanças climáticas.
No entanto, é preciso gerir, monitorar e avaliar esses espaços de forma eficiente, o que significa cumprir os objetivos de criação das áreas protegidas, manter a biodiversidade, as culturas e das comunidades locais e tradicionais além de contribuir com serviços ecossistêmicos para minimizar os efeitos das mudanças climáticas.
"Por isso, o IPÊ - Instituto de Pesquisas Ecológicas, implementa ações colaborativas multisetoriais (empresas, sociedade civil, governos e movimentos sociais) por meio do Projeto LIRA", diz Fabiana.
O LIRA nasceu para promover o fortalecimento e a consolidação da gestão dessas áreas protegidas do Bioma Amazônico e colaborar para que sejam desenvolvidas alternativas sustentáveis de produção para as populações desses territórios.
O LIRA nasceu para promover o fortalecimento e a consolidação da gestão dessas áreas protegidas do Bioma Amazônico e colaborar para que sejam desenvolvidas alternativas sustentáveis de produção para as populações desses territórios.
“A intenção do Projeto é transformar essas áreas em um polo de desenvolvimento regional e territorial, por meio de seus ativos naturais e sabedoria ancestral dos povos da floresta, possibilitando uma renda eficiente para a população local e o fortalecimento desses povos”, afirma Fabiana.
Sobre o LIRA:
O LIRA é uma iniciativa idealizada pelo IPÊ - Instituto de Pesquisas Ecológicas, Fundo Amazônia e Fundação Gordon e Betty Moore, parceiros financiadores do projeto. Os parceiros institucionais são a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Secretaria Estadual do Meio Ambiente do Amazonas - SEMA-AM e o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará – IDEFLOR-Bio.
O projeto abrange 34% das áreas protegidas da Amazônia, considerando 20 UCs Federais, 23 UCs Estaduais e 43 Terras Indígenas, nas regiões do Alto Rio Negro, Baixo Rio Negro, Norte do Pará, Xingu, Madeira-Purus e Rondônia-Acre.
O objetivo do projeto é promover e ampliar a gestão integrada para a conservação da biodiversidade, a manutenção da paisagem e das funções climáticas e o desenvolvimento socioambiental e cultural de povos e comunidades tradicionais.
Fonte: Rebeca Souza