Corredor Ecológico de Mata Atlântica na região do Pontal do Paranapanema ganhará mais 118 mil mudas até 2022


Comprometida em viabilizar o maior corredor ecológico já implantado na Mata Atlântica no interior do estado de São Paulo, a Atvos, empresa de bioenergia, deverá concluir, em parceria com o IPÊ - Instituto de Pesquisas Ecológicas, o plantio de mais de um 300 mil de mudas até 2022. 

Mais de 184 mil árvores nativas foram plantadas em 110 hectares, o que representa seis quilômetros adicionais aos 12 quilômetros do maior corredor já reflorestado no bioma, no Brasil. A empresa também está disponibilizando uma área de 619 hectares para reflorestamento.

Com a conclusão da restauração florestal, o trecho será transformado em área de conservação para que integre oficialmente a Estação Ecológica Mico-Leão Preto. 

"O plantio das árvores nativas estimula a regeneração natural da região e torna realidade o Mapa dos Sonhos. Esta é uma prova de que o agronegócio pode coexistir com as questões ambientais e contribuir para a fauna e flora", reforça Marcelo Annes, superintendente da Atvos.

O Mapa dos Sonhos, criado pelo IPÊ, corresponde a um mapa com as áreas estratégicas a serem plantadas na Mata Atlântica local, promovendo a reconexão da floresta e conservando animais ameaçados como o mico-leão-preto e a anta brasileira. 

Muitas das áreas identificadas como importantes estão localizadas dentro de propriedades privadas, por isso, a importância de realizar parcerias para os plantios florestais. 

O mapa orienta o plantio dos chamados Corredores para a Vida. Um dos corredores, com 2,4 milhões de árvores, interliga as duas maiores unidades de conservação da Mata Atlântica do interior paulista, o Parque Estadual do Morro do Diabo e a Estação Ecológica do Mico-Leão Preto.

"O projeto Corredores para a Vida, que foi integrado ao Programa Nascentes do Governo do Estado de São Paulo, melhora o trânsito dos animais, amplia a área disponível para que a população de micos-leões pretos possa crescer. Também contribui para o clima, para a conservação da biodiversidade e para geração de renda de comunidades que prestam serviços florestais e de comercialização de mudas de viveiros comunitários para a realização da ação", detalha Laury Cullen Jr., coordenador de projetos e pesquisa do IPÊ.

A Atvos otimizou parte do cultivo de cana-de-açúcar de forma a disponibilizar um trecho fundamental para a conexão entre as áreas verdes. Além da restauração florestal com 81 espécies diferentes de flora nativa, a empresa está realizando a conservação do solo, totalizando um investimento de R﹩ 2 milhões.

O processo de recuperação se inicia com a localização e o mapeamento da área e, após o diagnóstico ambiental, o solo começa a ser preparado juntamente com a infraestrutura logística e acondicionamento de mudas. 

Somente então é feito o plantio e irrigação das mudas, seguida de uma manutenção que inclui controle de plantas competidoras e de insetos, como formigas. Quando necessário, é feito o replantio e, na fase final, a equipe monitora a regeneração durante pelo menos três anos.


Fonte: Beatriz Maria Francischinelli