Pautas de ESG estão em franca disseminação junto aos investidores globais


O termo ESG, sigla em inglês que significa Meio Ambiente (Environmental), Social (Social) e Governança (Governance), nunca esteve tão em alta. Especialistas apontam que, em razão da ameaça à estabilidade do clima, as condições de desigualdade das populações vulneráveis e o anseio da sociedade por um equilíbrio mais justo no relacionamento entre pessoas fez com que às diretrizes ESG tenham ganhado tamanha visibilidade.
E a urgência de pensar sobre o tema não é só uma especulação, é um fato que ficou ainda mais evidente com a chegada da pandemia. Uma pesquisa desenvolvida pela KPMG, entrevistou líderes de oito setores da economia brasileira apontando os efeitos do isolamento social nas estratégias das empresas.

73% dos CEOs brasileiros entrevistados afirmaram que ganharam uma importância maior os temas relacionados ao comportamento social e às questões de meio ambiente, sustentabilidade e governança. Entre os executivos, apenas 20% discordam desse movimento, enquanto 7% não concordam e nem discordam.



Além disso, o estudo levantou temas como perspectivas econômicas, confiança empresarial, reputação, propósito, diversidade e futuro do trabalho. Na percepção dos CEOs, as mudanças climáticas têm um peso muito grande no cenário atual e funcionários e clientes esperam que sejam tomadas medidas capazes de prevenir ou contornar esses problemas.


"Além disso, os consumidores mais jovens têm cobrado novos padrões de sustentabilidade das empresas", analisou o presidente da KPMG no Brasil e na América do Sul, Charles Krieck.

Quem sente os efeitos dessa demanda é a BeGreen, primeira fazenda urbana da América Latina fundada em 2017, por Giuliano Bittencourt. A empresa, que tem como objetivo fomentar uma alimentação mais equilibrada, promover hábitos mais sustentáveis, aproximar as pessoas do meio ambiente e oferecer uma melhor qualidade de vida para a sociedade, desenvolveu modelos de fazenda urbana que visa atender empresas que também se preocupam com a saúde e a alimentação de seus colaboradores e familiares e querem atender as normas ESG.

Dessa forma, em 2018, surgiu a primeira fazenda urbana industrial do mundo para o cultivo de alimentos. A BeGreen estruturou uma de suas estufas numa área de 1.200m2 da fábrica da Mercedes-Benz, que está instalada em São Bernardo do Campo, São Paulo. Essa unidade é capaz de produzir mais de 2 mil quilos de hortaliças sem agrotóxicos por mês. Assim, consegue atender aos 8.000 funcionários e suas famílias por meio de um alimento saudável, também ajudando a introduzir mais verde na vida urbana da cidade e no reconhecimento pela sociedade das boas práticas dessa empresa.

Esse modelo permite que empresas de qualquer segmento de atuação, tamanho ou região possam oferecer uma contrapartida para seus funcionários, colaboradores e seus familiares, através da oferta de alimentos saudáveis para atender a demanda diária dos restaurantes e refeitórios da empresa. É uma solução eficiente para cultivar os próprios alimentos que devem ser consumidos ainda mais frescos no próprio local ou que podem ser destinados para as residências dos colaboradores, além da possibilidade de atender instituições sociais e comunidades ao redor.




A fazenda urbana também é uma forma de introduzir mais verde em lugares que muitas vezes são dominados pelo concreto das indústrias e de grandes edifícios, ajudando a deixar o ambiente mais leve e puro.

Além desse modelo que está atraindo cada vez o interesse de empresas e seus investidores, a BeGreen mantém sua operação em shopping centers de Belo Horizonte e Rio de Janeiro.

"O consumidor está puxando essa demanda e as empresas têm um papel social de melhorar o planeta e a comunidade que atuam. Ou fazem isso, ou o fim da companhia será próximo", fala Giuliano.


Fonte: Isabel Sena