Invasão de espécies exóticas oferece sérios riscos à biodiversidade


Umas das maiores causas de perda de biodiversidade no mundo é a invasão de espécies exóticas. Estima-se que, desde o ano de 1.600, 39% de todos os animais extintos foram dizimados por conta da invasão desses organismos em seu habitat natural. 

“Esses seres provocam um grande desequilíbrio nos ecossistemas, causando a extinção de espécies nativas, empobrecendo a fauna e a flora, além de gerar prejuízos à economia e oferecer riscos à saúde dos homens”, alerta o biólogo Giuseppe Puorto, membro do CRBio-01 – Conselho Regional de Biologia – 1ª Região (SP, MT e MS).

De acordo com o biólogo, quando introduzidas em um novo habitat, acidentalmente ou intencionalmente, elas não encontram competidores e predadores. 

“Isso facilita a sua ocupação e dispersão, principalmente em ambientes já degradados”, explica Puorto. 

“E uma área só pode ser regenerada se os invasores forem retirados a tempo. Depois que o problema se instala e alcança grandes proporções, é muito difícil reverter”, completa.

Calcula-se que até hoje mais de 480 mil espécies exóticas já foram introduzidas em diferentes ecossistemas no mundo, sendo que de 20% a 30% eram pragas que causaram sérios danos ao meio ambiente.

Um caso clássico de desastre desse tipo aconteceu na década de 1980 no Brasil. O caramujo gigante africano foi trazido ao país para ser uma iguaria vendida a preço mais baixo que o escargot francês. 

Como não caiu no gosto do consumidor nos restaurantes, os criadores se livraram dos moluscos, soltando-os em qualquer lugar. 

O caramujo africano, que pode colocar até 200 ovos por vez, rapidamente se espalhou pelo país, causando danos a plantações e transmitindo doenças.


Fonte: Giuseppe Puorto- biólogo e membro do CRBio-01 – Conselho Regional de Biologia – 1ª Região (SP, MT e MS)