A sustentabilidade é mais do que reciclagem


Quando as marcas evoluem suas organizações para incluir práticas mais sustentáveis, os esforços de reciclagem são geralmente a primeira linha de ação. Mas a reciclagem é apenas uma parte da equação.

Em vez de pensar em esforços sustentáveis isoladamente - como reciclar com mais frequência, adquirir produtos de fontes mais responsáveis ou reduzir o consumo de água e o desperdício - as marcas podem contribuir mais com o meio ambiente caminhando para uma economia circular de baixo carbono.

Com esforços gradativos e uma missão focada que se torna parte da cultura da empresa, as marcas podem abordar a sustentabilidade em toda a cadeia de valor, gerando mudanças que são positivas para os negócios, os consumidores e o planeta.

- Definindo o ideal:

Alcançar uma economia circular de baixo carbono é o cenário ideal, e a viagem é tão importante quanto o destino. Vejamos cada parte separadamente:

• Baixo carbono se refere ao ato de reduzir ou eliminar propositalmente as emissões de gases de efeito estufa. Isto é possível por meio de ações como o uso de fontes de energia renováveis e investindo em uma logística eficiente, reduzindo o consumo de energia e promovendo ajustes com foco ambiental no processo de fabricação e envase.

• Uma economia circular descreve o foco na regeneração dos recursos naturais (isto é, usando fontes renováveis e produtos ambientalmente responsáveis), reutilizando e reciclando materiais e reduzindo o desperdício, tudo isso convergindo num esforço para diminuir o impacto ambiental.

Quando colocamos esses dois conceitos juntos, uma economia circular de baixo carbono considera como o clima é impactado em toda a cadeia de valor, desde a aquisição de matérias-primas até a fabricação e o envase. A Tetra Pak define os cinco componentes necessários para alcançar uma economia circular de baixo carbono conforme abaixo:

• Utilize materiais de origem sustentável, incluindo matérias-primas renováveis à base de plantas;

• Recicle para reduzir o desperdício e aumentar a vida útil dos materiais (e reduzir a energia e as emissões para a produção de novos materiais);

• Priorize as operações de baixo carbono, o que significa tornar as operações eficientes e utilizar energia renovável livre de combustíveis fósseis;

• Reduza o desperdício de alimentos por meio da produção de embalagens que protejam o produto por mais tempo.

• Defenda uma logística com baixa emissão de carbono, incluindo embalagens inovadoras.

- Por onde começar:

As organizações podem seguir dois passos principais para caminhar em direção a uma economia circular de baixo carbono.

Primeiro: Olhe para o cenário geral e para toda a cadeia de valor. A mudança não tem que ser imediata ou abrangente. O ponto de entrada será diferente para cada empresa, mas a mudança começa com pequenos passos.

Segundo: Comunique a importância de uma economia circular de baixo carbono em toda a organização. A mudança começa no topo. Os líderes devem engajar os funcionários para impulsionar a mudança dentro da organização e também em outras empresas e indústrias. Não chegaremos a uma economia circular de baixo carbono trabalhando individualmente. Temos que nos unir.

Por que reciclar não é suficiente:

A jornada para uma economia circular de baixo carbono é um processo contínuo que não está ligado a nenhum produto específico, mas as marcas de alimentos e bebidas estão preparadas para liderar o caminho. Considere a reciclagem como um esforço inicial - e depois construa a partir daí.

Por exemplo, na Tetra Pak, analisamos como podemos aumentar a sustentabilidade em toda a cadeia de valor. Garantimos que nossas embalagens sejam majoritariamente fabricadas a partir de materiais renováveis (o papelão utilizado é de fonte responsável, as fábricas utilizam fontes de energia renováveis, etc.), mas também identificamos os processos de produção que gerem o menor impacto ambiental. Assim, mesmo que possamos fabricar uma embalagem 100% reciclável, se ela só puder ser produzida com eletricidade movida a carvão, encontraremos uma escolha melhor.

Caminhar em direção a uma economia circular de baixo carbono significa examinar o ciclo de vida do produto para garantir que cada etapa do processo seja o mais sustentável possível. Mesmo que haja 20 coisas que você possa consertar e só consiga duas, você ainda está gerando mudanças. Toda transformação em nome da sustentabilidade é positiva, e sempre haverá mais coisas que podemos fazer. A reciclagem, que é apenas um passo de muitos, aborda o estágio final do ciclo de vida do produto.

Mas, em uma economia circular de baixo carbono, o fim da vida útil também é um começo

Criando embaixadores de sustentabilidade
As organizações que buscam uma economia circular de baixo carbono são bem sucedidas quando envolvem seus funcionários não apenas para realizar as melhores práticas, mas também para ajudar a definir novas práticas. Quando os funcionários são parte do processo, eles se tornam embaixadores da sustentabilidade, influenciando outros colaboradores e eventualmente outros consumidores.

A Tetra Pak e outras organizações fizeram amplas pesquisas para concluir que os clientes desejam comprar de marcas que produzem e agem de forma ambientalmente responsável. Conforme aumenta o sentimento do consumidor em relação às empresas que tomam medidas para proteger o meio ambiente, as organizações têm que intensificar os esforços de sustentabilidade para se manterem competitivas.

Uma economia circular de baixo carbono se baseia em quatro pilares:

1. Maximizar a reciclagem.

2. Eliminar o desperdício.

3. Proteger os recursos.

4. Reduzir o impacto ambiental.

Quando priorizamos todos eles, a mudança acontece - e o impacto se espalha positivamente para toda a organização, indústria e planeta.

Fonte: Valeria Michel - diretora de Meio Ambiente da Tetra Pak Brasil e Cone Sul